Para dar conta de oito empresas ao mesmo tempo, o dia de Ivone Ribeiro dos Santos, 36 anos, começa já na noite anterior, momento em que ela planeja como será sua jornada seguinte. Ao amanhecer, administra sozinha o lar e os dois filhos adolescentes, para as 7h30 sair ao batente. A rotina não é de uma franqueadora, e sim de uma vendedora de roupas que faz da mala do seu carro uma loja ambulante, atendendo diariamente a uma carteira de 350 clientes, composta por funcionários de hospital, escola e outros estabelecimentos.
A velha prática dos vendedores porta a porta ainda sustenta muitas famílias como a de Ivone. Porém, ao invés de apelar para a vizinhança desconhecida ou erguer uma banca na rua, grande parte desses autônomos vai ao encontro da clientela, que cresce na base da indicação. E a presença desses comerciantes na maioria dos locais de trabalho demonstra o quanto o segmento tem crescido, provando que é possível fazer do negócio a fonte de renda exclusiva. Para quem recebia um salário mínimo como caixa, única função que lhe rendeu carteira assinada, hoje Ivone fatura até R$ 6 mil por mês, atuando num ramo que ela já está há 12 anos.
“Metade do rendimento é para despesa pessoal e a outra parte é para capital de giro. Não foi fácil chegar até aqui, ralei muito para conhecer o mercado. Só vim me firmar de cinco anos para cá. Precisa estar disposto a dar um tiro no escuro e ter muita disciplina para levar uma vida de não-assalariado”, diz a vendedora, que carrega a vantagem de ser contadora. “Normalmente, o trabalhador informal tende a ganhar mais do que se fosse empregado. Dependendo do negócio, prestando serviço ou vendendo, a rentabilidade chega a ser o dobro. A média para quem não possui nível superior é de R$ 1 mil”, observa o economista Josué Mussalém.
Dos 22,1 milhões de brasileiros ocupados numa atividade, 4,1 milhões trabalham por conta própria, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apurados em novembro de 2008. Na Região Metropolitana do Recife, os autônomos somaram 35 mil pessoas nesse período, um acréscimo de 2,8% no contingente em relação ao mesmo mês de 2007, a maior variação já registrada desde 2004. Mas muito antes dos anos avaliados pelo IBGE, Maria das Graças Mecias da Silva, 53, havia enxergado que viver “batendo perna” seria seu destino.
“Pagar moradia, colégio da filha e alimentação, atuando em frigorífico, não dava. Em 1986 decidi que não seria mais empregada de ninguém”, conta. Iniciou como “manicure ambulante” e há cinco anos sai, todas as tardes, de Maranguape, em Paulista, para vender lanche numa empresa privada no Bairro do Recife. “Acordo todos os dias às 4h30 para cozinhar as coisas. Depois de retornar para casa, só encerro às 23h. Tudo o que tenho hoje, casa própria, plano de saúde e filha formada, é do meu trabalho indo até os clientes”, declara ela, ensinando que o êxito do serviço autônomo pró-ativo depende, acima de tudo, da força de vontade.
A velha prática dos vendedores porta a porta ainda sustenta muitas famílias como a de Ivone. Porém, ao invés de apelar para a vizinhança desconhecida ou erguer uma banca na rua, grande parte desses autônomos vai ao encontro da clientela, que cresce na base da indicação. E a presença desses comerciantes na maioria dos locais de trabalho demonstra o quanto o segmento tem crescido, provando que é possível fazer do negócio a fonte de renda exclusiva. Para quem recebia um salário mínimo como caixa, única função que lhe rendeu carteira assinada, hoje Ivone fatura até R$ 6 mil por mês, atuando num ramo que ela já está há 12 anos.
“Metade do rendimento é para despesa pessoal e a outra parte é para capital de giro. Não foi fácil chegar até aqui, ralei muito para conhecer o mercado. Só vim me firmar de cinco anos para cá. Precisa estar disposto a dar um tiro no escuro e ter muita disciplina para levar uma vida de não-assalariado”, diz a vendedora, que carrega a vantagem de ser contadora. “Normalmente, o trabalhador informal tende a ganhar mais do que se fosse empregado. Dependendo do negócio, prestando serviço ou vendendo, a rentabilidade chega a ser o dobro. A média para quem não possui nível superior é de R$ 1 mil”, observa o economista Josué Mussalém.
Dos 22,1 milhões de brasileiros ocupados numa atividade, 4,1 milhões trabalham por conta própria, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apurados em novembro de 2008. Na Região Metropolitana do Recife, os autônomos somaram 35 mil pessoas nesse período, um acréscimo de 2,8% no contingente em relação ao mesmo mês de 2007, a maior variação já registrada desde 2004. Mas muito antes dos anos avaliados pelo IBGE, Maria das Graças Mecias da Silva, 53, havia enxergado que viver “batendo perna” seria seu destino.
“Pagar moradia, colégio da filha e alimentação, atuando em frigorífico, não dava. Em 1986 decidi que não seria mais empregada de ninguém”, conta. Iniciou como “manicure ambulante” e há cinco anos sai, todas as tardes, de Maranguape, em Paulista, para vender lanche numa empresa privada no Bairro do Recife. “Acordo todos os dias às 4h30 para cozinhar as coisas. Depois de retornar para casa, só encerro às 23h. Tudo o que tenho hoje, casa própria, plano de saúde e filha formada, é do meu trabalho indo até os clientes”, declara ela, ensinando que o êxito do serviço autônomo pró-ativo depende, acima de tudo, da força de vontade.
Folha de Pernambuco
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