segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Feriados podem prejudicar economia


11 finais de semana prolongados significarão perdas para alguns setores

Se 2008 foi um ano de muito trabalho e poucas viagens, 2009 promete ser diferente. Neste ano, 11 dos 12 feriados nacionais serão em dias úteis. Alguns na terça ou na quinta-feira, com direito à esticada. Em 2008, quatro dos 12 feriados nacionais caíram em fins de semana. Se para quem pretende aproveitar a notícia é mais que bem vinda, o mesmo não se pode dizer para a economia.
A professora e advogada Kilma Maria Pontes já está se preparando para os feriados. “Tenho cinco filhos e nestas datas procuro reunir toda a família”, disse. Segundo ela, algumas datas já têm destinos certos. “Na Semana Santa, já estamos procurando uma casa em Gravatá. Também estamos em busca de uma casa em Garanhuns para o Festival de Inverno e, também, vamos para São Bento de Maragogi”, contou.
De acordo com Kilma, para arcar com os custos destas viagens, ela e o marido já estão economizando. “Eu dou aulas em um curso e guardo o dinheiro já para essas despesas. Fora isso, estamos fazendo um planejamento para que não tenhamos nenhum prejuízo”.
Porém, para a economia, o grande número de feriados prolongados nem sempre é positivo. Alguns setores já calculam as perdas. A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) fez os cálculos e estima que o País pode perder até 5% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de tudo o que é produzido pela economia. A pesquisa estima que o País perdeu, em 2008, até R$ 11,6 bilhões do PIB por cada feriado nacional. Em 2009, este valor pode aumentar para R$ 12,9 bilhões.
De acordo com o economista Josué Mussalém, as tradicionais “enforcadas” aumentam as perdas. “Os feriados tem a conotação de que vai parar parte da economia, retardando as vendas”, disse.
O economista explica que, apesar de o turismo lucrar durante estas datas, o peso do setor na formação do PIB ainda é pequeno. “O PIB no Brasil é muito ligado ao terciário, setor que não pode parar”. Segundo Mussalém, com a crise econômica, o ideal é trabalhar mais. “Se o mercado reage, a economia funciona. Caso não, tudo para e a crise se agrava”.


Folha de Pernambuco

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