Sabe aquela coisa que lhe dava muito prazer e a que você renunciou há muito tempo? Isso mesmo, desde que Neguinha, a primeira filha, nasceu a escolha se impôs. A gente se acostuma com o tempo, já nem sente falta, até que um dia um acontecimento fortuito provoca a recaída. E volta aquela vontade quase irresistível de recomeçar tudo de novo. No caso o desejo de voltar aos campos de futebol outrora freqüentados por esse modesto escriba como torcedor e raras vezes como peladeiro de precários atributos.
A coisa aconteceu em meados do ano passado de forma inusitada, num programa de entrevistas da Net TV – “Mala e Mochila” – sem prévio aviso de que um dos temas, ou melhor, o tema principal seria justamente o que se chamava no passado de esporte bretão. Mais ainda: ao lado de dois craques alvirrubros, o goleiro Rodolfo (na reserva, mas reconhecidamente um bom goleiro) e o meio-campista avançado Geraldo, que à época fazia a diferença numa efêmera fase de ascensão do Náutico. Com torcedor é sempre muito metido, a gente terminou debatendo questões de ordem tática com surpreendente desenvoltura, embora expondo opiniões no mínimo temerárias.
A vontade passou, o torcedor se encolheu novamente. Mas outras vontades vêm à tona agora que findou a missão de vice-prefeito e a partir de 1 de fevereiro se iniciam os trabalhos na Câmara Municipal. É que a rotina será outra, talvez tão intensa quanto a do governo, mas provavelmente seguindo agenda menos atribulada. A atividade parlamentar propriamente dita será combinada com a vida extra-parlamentar e também com as demandas próprias da direção partidária. E se antes muitas vezes não havia como escolher, a posição de vice leal e sempre disposto ao trabalho condicionava a agenda, hoje a expectativa é de que possa fazer bem o essencial e obrigatório, e ao mesmo tempo realizar por inteiro atividades antes impossíveis – como participar de seminários e simpósios do início ao fim ou simplesmente conversar mais demoradamente com as pessoas. (Feito essas férias completas, que não gozava há exatos oito anos).
Que assim seja, pois o exercício do mandato de vereador em termos elevados – obrigação de todos – pressupõe participação ativa na vida social, política, cultural e na luta cotidiana do nosso povo. Agenda tem pra tudo. Mas é necessário escolher prioridades, delegar responsabilidades à equipe de assessores e dedicar tempo à leitura, ao estudo aprofundado dos problemas centrais da vida na cidade, manter-se antenado com o mundo e o país, freqüentar lugares. Aquele que se auto-limitar à redoma da própria Câmara forçosamente estará condenado a um desempenho pífio, muito aquém das exigências objetivas da sociedade e certamente das expectativas do seus eleitores.
Não é uma regra, é uma questão de escolha – e de compromisso, aqui publicamente reafirmado.
A coisa aconteceu em meados do ano passado de forma inusitada, num programa de entrevistas da Net TV – “Mala e Mochila” – sem prévio aviso de que um dos temas, ou melhor, o tema principal seria justamente o que se chamava no passado de esporte bretão. Mais ainda: ao lado de dois craques alvirrubros, o goleiro Rodolfo (na reserva, mas reconhecidamente um bom goleiro) e o meio-campista avançado Geraldo, que à época fazia a diferença numa efêmera fase de ascensão do Náutico. Com torcedor é sempre muito metido, a gente terminou debatendo questões de ordem tática com surpreendente desenvoltura, embora expondo opiniões no mínimo temerárias.
A vontade passou, o torcedor se encolheu novamente. Mas outras vontades vêm à tona agora que findou a missão de vice-prefeito e a partir de 1 de fevereiro se iniciam os trabalhos na Câmara Municipal. É que a rotina será outra, talvez tão intensa quanto a do governo, mas provavelmente seguindo agenda menos atribulada. A atividade parlamentar propriamente dita será combinada com a vida extra-parlamentar e também com as demandas próprias da direção partidária. E se antes muitas vezes não havia como escolher, a posição de vice leal e sempre disposto ao trabalho condicionava a agenda, hoje a expectativa é de que possa fazer bem o essencial e obrigatório, e ao mesmo tempo realizar por inteiro atividades antes impossíveis – como participar de seminários e simpósios do início ao fim ou simplesmente conversar mais demoradamente com as pessoas. (Feito essas férias completas, que não gozava há exatos oito anos).
Que assim seja, pois o exercício do mandato de vereador em termos elevados – obrigação de todos – pressupõe participação ativa na vida social, política, cultural e na luta cotidiana do nosso povo. Agenda tem pra tudo. Mas é necessário escolher prioridades, delegar responsabilidades à equipe de assessores e dedicar tempo à leitura, ao estudo aprofundado dos problemas centrais da vida na cidade, manter-se antenado com o mundo e o país, freqüentar lugares. Aquele que se auto-limitar à redoma da própria Câmara forçosamente estará condenado a um desempenho pífio, muito aquém das exigências objetivas da sociedade e certamente das expectativas do seus eleitores.
Não é uma regra, é uma questão de escolha – e de compromisso, aqui publicamente reafirmado.
Por Luciano Siqueira, vereador do Recife-PE
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