quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Eduardo Campos discute crime no Palácio do Planalto


Um dia depois da prisão dos supostos mandantes do assassinato do segundo vice-presidente do PT pernambucano, Manoel Bezerra Mattos Neto, na Paraíba, o governador Eduardo Campos (PSB) entrou no circuito, na intenção de intensificar o combate aos grupos de extermínio que atuam nos dois estados vizinhos. Ontem, ele foi ao Palácio do Planalto, onde reuniu-se com o secretário de Direitos Humanos, Paulo Vanucci, e ressaltou a importância do trabalho conjunto da polícia de Pernambuco com a paraibana. Os suspeitos, inclusive, serão apresentados hoje, em João Pessoa.
Também foi anunciada a formação de um grupo de discussão permanente para definir ações conjuntas, com representantes dos governos de ambos estados, Ministério da Justiça e Secretaria Especial de Direitos Humanos. Eduardo Campos disse ainda que se reunirá com o ministro da Justiça, Tarso Genro, para discutir o assunto.
Tarso, porém, já manteve uma conversa, ontem, com o deputado federal Fernando Ferro (PT), de quem Manoel Mattos era assessor. O encontro ocorreu depois da reunião com o governador e Paulo Vanucci. Na segunda reunião que o petista participou, também estavam presentes o secretário de Ação Social, Fernando Matos, e representantes de entidades defensoras dos direitos humanos.
“Falei com o ministro, informando-o da situação e pedi ampliação da participação da Polícia Federal (PF) no caso”, contou Ferro, ressaltando o pleito para que o caso não fique restrito à região onde ocorreu o crime. O deputado defende que as investigações sobre grupos de extermínio sejam federalizadas.
O ministro da Justiça, por sua vez, deve promover uma reunião entre os governadores da Paraíba e de Pernambuco para tratar dos problemas relacionados ao assassinato do dirigente petista, além da questão dos grupos de extermínio e do crime organizado na região da divisa.

PRISÕES
Na última terça-feira, foram presos de três suspeitos de envolvimento na morte do ex-vereador petista. O primeiro foi o sargento reformado da Polícia Militar da Paraíba, Inácio Flávio Pereira, tido como um homem temido na área. Apesar de negar as acusações, Flávio ficou detido no 5º Batalhão da PM, em João Pessoa. Outro foi Cláudio Roberto Borges, conhecido como “Claudinho”, que teria fornecido a arma do crime, uma espingarda calibre 12 encontrada enterrada próximo ao local da execução.
O mais recente suspeito encontrado é José Nilson Borges, funcionário de um mercadinho próximo ao local do crime, detido na Central de Polícia de João Pessoa, segundo informações do jornal paraibano O Correio. As prisões ocorreram nos municípios de Itambé (PE) e Pedra de Fogo (PB), pelo coronel Kelson Chaves, comandante-geral da PM paraibana.

Folha de Pernambuco

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