sábado, 3 de janeiro de 2009

Mistério na morte de administrador


Um corpo boiando na Bacia do Pina às margens do Cais José Estelita. A 300 metros dali, havia acontecido a festa de réveillon mais badalada da cidade, o Enchanté.
André Pinho Filho foi visto pela última vez no Cabanga. Seu corpo foi encontrado, pela manhã, a 300 metros do local. É uma morte ainda cheia de mistérios. O administrador de empresas André Pinho Filho, 29 anos, foi visto por dois amigos pela última vez por volta das 2h do primeiro dia do ano. Às 7h55, o Corpo de Bombeiros recebeu um chamado. O cadáver foi encontrado com escoriações na testa, R$ 100, uma chave de carro e um comprimido de antiácido no bolso. Não havia perfurações por tiro. Nem por instrumentos cortantes, como facas. Mãos, punhos, braços e antebraços não apresentavam marcas que indicassem que ele tivesse se defendido de alguma agressão. Na declaração de óbito, permanece a dúvida. A causa foi dada como indeterminada. O delegado do caso acredita que é "praticamente impossível" ele ter sido assassinado. A principal linha de investigação é a de que o jovem estava andando pelo cais, perdeu o equilíbrio e caiu no rio. O laudo do IML dirá se a morte foi por afogamento, pancada ou outra causa. O trabalho da polícia começou ainda nas primeiras horas do dia de ontem e até o governador Eduardo Campos está acompanhando o caso. Ele é amigo pessoal do pai da vítima, o diretor de Gestão Logística do Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco (DER-PE), André Luiz Mota Pinho. O governador e o secretário de Defesa Social, Servilho Paiva, permaneceram parte da madrugada de ontem na casa dos pais do administrador. O chefe da Polícia Civil, Manoel Carneiro, colocou o coordenador da Força-Tarefa de Homicídio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, João Brito Alves, à frente das diligências. Ontem à tarde o corpo do jovem foi sepultado no Cemitério Morada da Paz, em Paulista. O delegado já ouviu dois amigos que acompanhavam o jovem na festa, além de outras duas pessoas que teriam se envolvido numa briga no local. Isso porque, há informações de que André Pinho, que estaria supostamente embriagado, também teria se envolvido no tumulto e inclusive teria sido retirado de dentro do Cabanga por seguranças. "Houve um tumulto, seguranças acompanharam pessoas para fora da festa e ele foi uma delas. A partir daí, não se sabe o que ocorreu", contou o pai do jovem, André Pinho. Entre as várias informações que a polícia recebeu - muitas delas desencontradas - está a de que amigos de André teriam tentado colocá-lo em um táxi e mandá-lo para casa, mas ele sequer teria entrado no carro. Outra que ele teria brigado com seguranças. Uma garota com quem ele "ficou" na festa está sendo procurada pela polícia. O laudo do IML deverá sair até a próxima segunda-feira. A possibilidade de latrocínio (assalto seguido de morte) também foi afastada. Segundo o delegado, o óbito também não foi provocado por "lesões de natureza grave ou gravíssima". "Ele pode ter sido agredido, mas não significa que ele morreu por força dessas agressões", afirmou. Uma marca lateral umpouco acima da cintura foi encontrada no corpo de André. A princípio, cogitou-se a possibilidade de a lesão ter sido causada por um pontapé. Mas, no final da tarde, o delegado afirmou que é mais provável que a escoriação seja resultado da queda do rapaz na margem do rio. Segundo o delegado, a maré estava baixa e havia pedras no local.


Diário de Pernambuco

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