O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, reafirmou ontem que as empresas não podem usar a crise para demitir e que não haverá mais liberação de recursos para empresas sem garantia de emprego. “Apesar da crise, o saldo de empregos é muito positivo. Não podemos pegar uma empresa e dizer que ela teve prejuízo em dezembro. E até novembro, esquece? Não é assim a vida, e não podemos aproveitar a crise para, em cima da crise, fazer um jogo de esperto”, afirmou. Lupi reiterou que as empresas que não derem garantia de que irão manter o emprego dos trabalhadores não terão mais acesso a empréstimos com novos recursos do FGTS e do FAT. “As liberações de recursos que tínhamos que fazer já foram colocadas. Agora, aqui no Ministério do Trabalho, empréstimos com recursos do FGTS e do FAT têm que estar amarrados com a garantia dos empregos. Se não tiver, isso eu garanto, não sai mais um centavo”, afirmou Lupi. O ministro reafirmou que um grupo de trabalho dos Conselhos Deliberativos dos dois fundos acompanhará se as empresas que tomaram financiamento com recursos públicos estão ou não realizando contrapartidas sociais. “Se está recebendo do fundo, como pode estar mandando embora? Para que serve esse dinheiro público? Nossa intenção, além de ajudar a empresa a passar pela fase de dificuldade, é garantir o emprego do trabalhador”, ressaltou o ministro. Lupi falou sobre a possibilidade de aumento do número de parcelas do seguro-desemprego em alguns setores. “Poderá acontecer em áreas em que o desemprego for maior. Estamos em um momento em que temos que ter muita tranquilidade. Acho que estamos atravessando o pior momento da crise”, avaliou. De acordo com Lupi, os dados do Caged serão divulgados na próxima segunda-feira e devem vir, nas palavras do ministro, com números bem maiores do que a média do mês de dezembro, que costuma ser de menos de 300 mil postos de trabalho.
Tribuna da Bahia
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