sábado, 17 de janeiro de 2009

“É difícil fazer oposição” a Eduardo


Um dos nomes mais fortes do DEM, sendo lembrado, inclusive, como opção para a disputa pelo Governo do Estado, em 2010, o deputado federal Roberto Magalhães segue na contramão do discurso oposicionista e, em entrevista à Rádio Folha 96,7 FM, não se acanhou em tecer elogios ao governador Eduardo Campos (PSB). “Confesso que fica difícil fazer oposição a um governo em que você tem um relacionamento muito bom, como é o caso meu e de Eduardo Campos”, admitiu, acrescentando que a relação vem da época em que era prefeito e tinha um trato amistoso com o socialista e o então governador Miguel Arraes.
Mas os elogios foram além da relação cordial entre os adversários políticos. “Eu não me sinto à vontade para fazer um julgamento global, porque fico muito tempo em Brasília, mas minha impressão é favorável. Ele chega numa hora em que Pernambuco está crescendo muito, e você sente que ele está muito envolvido nisso, de continuar e até ampliar os grandes investimentos. Chego em Pernambuco e não sinto críticas”, reconheceu o parlamentar.
Até as críticas do deputado são acompanhadas por ressalvas atenuantes. “Há aspectos que não vão bem (Saúde e Segurança pública). São setores que há muito não vêm bem, passando por sucessivos prefeitos e governadores. São um problema do Brasil inteiro”, ponderou.
O parlamentar, no entanto, afirmou que seus elogios não enfraquecem o discurso da bancada oposicionista. “Oposição não se faz com passionalismo, mas com critério e raciocínio. Estou procurando ser justo”, defendeu Magalhães, que tratou de rechaçar a possibilidade de assumir a missão de disputar o comando do Palácio do Campo das Princesas. “Não tem porque querer ser governador agora, tendo sido há 20 anos. É preciso renovação. Para senador já fui candidato (derrotado, em 1986) e não gostei. Risquei isso da minha vida política. Não sendo deputado, posso ocupar outra missão que o partido determine”, previu o deputado.
HERANÇAQuanto à discussão sobre “herança maldita”, em voga na política recifense, Magalhães foi categórico. “Pode-se distinguir prefeitos e governadores que organizaram suas administrações e aqueles que gastaram o dinheiro como quiseram. Sempre que um gestor sai, o seu sucessor paga o preço. O administrador pode atuar segundo algumas alternativas. A pior delas é ficar se lamentando e reclamando do antecessor”, recomendou o parlamentar. O deputado reclamou da relação entre Executivo e Legislativo federais que, segundo ele, se deteriorou ainda mais nos últimos anos. “Isso se agravou no Governo Lula. O único presidente que teve apreço pelo Congresso Nacional, que tratou o Poder com distinção, foi Itamar Franco”, afirmou.
Antes da entrevista à Rádio, Roberto Magalhães visitou a Folha de Pernambuco, sendo recebido pelo presidente do Grupo EQM, Eduardo Monteiro, e demais diretores.



Folha de Pernambuco

Nenhum comentário: