quinta-feira, 4 de março de 2010

Humberto: não há consenso sem propostas


MARILEIDE ALVES

COSTA alegará na reunião que é o melhor candidato
O entendimento entre o secretário estadual das Cidades, Humberto Costa, e o ex-prefeito João Paulo sobre quem deverá ser o indicado do PT para a chapa do Senado, não deve acontecer nessa primeira reunião que os dois terão amanhã, em Brasília, com a direção nacional da legenda. Na avaliação de Humberto, para se chegar ao consenso, é necessário uma proposta tanto da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), da qual faz parte, como do Campo de Esquerda Unificado (CEU), liderado por João Paulo.

“Não vai surgir nada de entendimento agora, até porque para se ter entendimento tem que ter proposta da CNB, do CEU. Isso não é uma coisa que se resolve de hoje para amanhã nem semana que vem. Ninguém apresentou proposta para ser discutida no partido”, analisou o secretário, ontem, após visita às obras do canal do Jordão e do habitacional Lagoa Olho D’água, na Zona Sul do Recife.

O petista pretende levar à mesa de negociação, amanhã, os argumentos que tem utilizado em defesa de sua candidatura, entre eles o de que tem legitimidade para pleitear a vaga por ter a maioria no partido. “Vamos sustentar o argumento de que a melhor candidatura é a nossa”, disse.

Para Humberto, também é fundamental ouvir a opinião do prefeito do Recife, João da Costa, já por ele comandar a principal vitrine petista no Estado . “O prefeito é um ator político importante. Tem participado do processo desde o início”, afirmou. Interpelado, no entanto, sobre a preferência de João da Costa por João Paulo, o secretário enfatizou que “a última palavra é do partido”.

O petista também não acredita que haverá imposição da direção nacional nem da ministra-presidenciável Dilma Rousseff para que não haja prévias. “Não vai deixar de ter um instrumento democrático, porque assim estaríamos criando um outro problema. Acho que não terá imposição do diretório nem de Dilma”, falou, frisando que “existe um caminho para uma disputa democrática”. “Quanto mais tranquila for, melhor”, assegurou.

À tarde, em entrevista à Rádio CBN, Humberto falou sobre as divergências com João Paulo. Ele não soube explicar o porquê das brigas. Disse que, quando eram deputados, a relação era muito boa, mas após a primeira gestão de João à frente da Prefeitura do Recife, a relação estremeceu. O secretário contou que tem uma ótima relação pessoal com o correligionário e que as divergências são políticas. Disse ainda que, na gestão de João Paulo, a CNB tinha três secretarias, mas não com a autonomia como tem hoje com duas pastas na gestão de João da Costa.(Folha de Pernambuco)

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