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| Candidatura ao Senado torna-se mote de celebração promovida por secretário | ||
| ARTHUR CUNHA | ||
A ideia era fazer um ato em comemoração à absolvição do ex-ministro da Saúde, Humberto Costa (PT), pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no caso da máfia dos Vampiros. Mas os aliados do secretário das Cidades transformaram o evento, ontem, no Clube Líbano, no lançamento informal da pré-campanha do petista ao Senado Federal, fato que acaba por pressionar o PT e o governador Eduardo Campos (PSB) a escolherem Costa, em detrimento do ex-prefeito João Paulo (PT). Estavam lá várias lideranças dos partidos mais representativos da base - PSB, PT, PTB, PCdoB -, além da maioria dos secretários estaduais, deputados, prefeitos e vereadores. Todos sinalizando a preferência por Humberto, que, apesar dos fatos, tentou evitar o clima de campanha mandando retirar as faixas que atrelavam seu nome ao Senado. A determinação do secretário das Cidades para que os organizadores afastassem o clima de campanha foi em vão. Em tudo, o ato configurou-se como a deflagração da candidatura. Dos gritos de “ô, ô, ô, Humberto senador” - quando Costa chegou ao local -, aos adesivos, faixas, camisas, chuva de papel picado e cartazes comemorando a absolvição. Diziam as faixas: “Humberto, Pernambuco de alma lavada”; “A verdade apareceu. Humberto Costa inocentado” e “14 x 0 Humberto. A vitória da verdade”, em referência ao julgamento de quarta-feira. Enfeitado com bolas em vermelho e amarelo (cores do PT), o clube foi tomado, segundo os organizadores, por três mil pessoas. Um equipe de filmagem colhia depoimentos dos políticos para serem utilizados, provavelmente, no guia eleitoral. Até um boneco gigante de Humberto foi confeccionado para a “festa”. Coube ao presidente estadual do PT, Jorge Perez, aliado de Humberto, sintetizar a mensagem de apoio na sua fala. “Vamos estar em campo com você neste jogo. Fazemos parte deste time. Estamos aqui para lhe dar um abraço que não se encerra aqui. Vamos te dar outro abraço em breve”, profetizou Perez, para delírio dos militantes que gritavam “Humberto senador”. Com a cautela de quem trava uma batalha (nem tão) interna com João Paulo pela vaga do PT, o secretário das Cidades assegurou que o nome a ser apresentado ao governador será definido “nas instâncias partidárias”. “Fiz questão, inclusive, de falar com as pessoas que estavam promovendo que isso tem que ser um evento do PT, da esquerda. Em nenhum momento esse ato tem que ter conotação eleitoral, até o fórum de decisão não é aqui, é no partido”, argumentou. Antes dos discursos, foi veiculado um vídeo contando todo o caso, desde o indiciamento do ex-ministro até sua absolvição. Se recuperando de uma operação, João Paulo não compareceu. Mandou o filho Jampa, pré-candidato a estadual, representá-lo. Cumprindo agenda no interior, Eduardo foi representado pelo secretário Ranilson Ramos (PSB/Relações Institucionais). |
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