Natural de Xapuri, no Acre, Armando veio para o Rio com 17 anos, formou-se em Direito e iniciou sua carreira de jornalista em 1950, no “Diário Carioca”. Depois, trabalhou nas revistas “Manchete” e “O Cruzeiro” e no “Jornal do Brasil”. Na década de 90, foi colunista do jornal “O Estado de S.Paulo”. Diretor de jornalismo da TV Globo de 1966 a 1990, fez parte de uma geração expoente de cronistas esportivos, ao lado de Nelson Rodrigues e João Saldanha. “Armando Nogueira deixou a marca de seu talento excepcional por onde passou: no jornalismo impresso, na crônica esportiva e, para nós, muito especialmente na televisão”, disse João Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo.
Apaixonado por aviação, futebol e notadamente pelo Botafogo, Armando escreveu dez livros, todos sobre esporte. O mais conhecido, “Na Grande Área”, reúne crônicas publicadas no “Jornal do Brasil” e recebeu elogios de Otto Lara Resende e Luís Fernando Veríssimo. “Descobria-se ali que textos sobre futebol também podiam ser bonitos, criativos, líricos, cômicos e - o supremo teste de valor literário - compiláveis”, definiu Veríssimo, no posfácio do livro.
Armando Nogueira cobriu 15 Copas do Mundo desde a sua estreia no “Diário Carioca”, em 1950, e seis Jogos Olímpicos. Era um bom frasista e descreveu Garrincha como o “anjo das pernas tortas”. Foi um dos precursores dos debates esportivos na TV e levou para a Globo, em 1966, a “Grande Resenha Facit”, criada na TV Rio. Armando participava das mesas redondas com comentários muitas vezes inflamados e polêmicos, mas fazia questão de vestir terno e gravata para passar imagem de isenção e credibilidade.
Até o ano passado, Armando mantinha o fôlego para os debates esportivos no Sportv e na Rádio CBN. Foi, aos poucos, vencido pelo cansaço e pelo avanço da doença. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) estabeleceram luto de três dias, e o Botafogo prestou homenagem com um minuto de silêncio antes do jogo de ontem contra o Boavista, pelo Campeonato Carioca.
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