Humberto e João Paulo vão a Lula

O ex-prefeito João Paulo e o secretário estadual das Cidades, Humberto Costa, que, ontem, saíram da reunião com o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, sem uma definição quanto à realização ou não de prévias para a escolha de um nome para a disputa do Senado, irão ouvir a opinião do presidente Lula (PT) e da ministra-candidata, Dilma Rousseff, sobre o caso. Segundo Humberto, o presidente nacional do PT ficou de agendar as audiências. “Vamos ouvir o que eles estão pensando e vamos colocar também o porquê das nossas postulações”, adiantou Humberto, frisando que os encontros serão separados.

Na reunião de ontem, os dois petistas decidiram que até o final de março encontrarão uma solução para o impasse: ou a definição de quem é o candidato ou a escolha por prévias. Embora o diretório nacional tenha estipulado o dia 6 de junho para a resolução dos problemas estaduais, Costa e João Paulo pretendem resolver o “mais rápido possível” a celeuma. Os dois terão uma conversa na próxima semana e também discutirão, internamente, com seus grupos e respectivos apoiadores. “Até o final de março a gente vai decidir se terão prévias ou não. Se optarmos por uma prévia, vai ser uma prévia curta, em torno de 20 e 30 dias, com um ou dois debates”, contou João Paulo.

Nenhum dos dois, no entanto, descarta o entendimento. Tanto João Paulo quanto Humberto ainda acreditam que podem chegar a um consenso. “A ideia é, se um retirar (o nome da disputa), tem que retirar com tranquilidade. Tem que tirar um entendimento em que os dois estejam satisfeitos. Um ou outro pode retirar o nome. Pode ser ele, pode ser eu. Vai depender da conversa”, observou João Paulo. “Vamos tentar encontrar um caminho que não seja o das prévias”, afirmou Humberto. Ele lembrou que no Congresso Nacional do PT, realizado mês passado, foi discutido que o encontro estadual também pode tomar uma posição com relação a esse aspecto. Porém tem que haver concordância entre as partes. Na próxima semana, a executiva estadual irá se reunir para definir a data do encontro estadual.

O ex-prefeito fez questão de frisar também que o projeto maior é “a eleição de Dilma”. Em prol desse projeto, no entanto, é necessário fazer um esforço para evitar prévias, como recomenda a resolução do PT. Mas em caso de impasse, rege o estatuto do partido. Nesse caso o diretório nacional não irá terferir. “O estatuto é garantido ao filiado. É uma recomendação do diretório (não realizar prévias). Não tem perigo de intervenção. O direito da prévia está assegurado”, disse João Paulo. “Ninguém pode passar por cima do estatuto. O diretório vai respeitar isso”, completou Humberto. Os dois continuam no páreo.(Folha de Pernambuco)