quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Bin Laden convoca ‘guerra santa’


Líder da Al-Qaeda postou uma mensagem de áudio em um site na internet

O líder da rede terrorista Al-Qaeda, Osama bin Laden, pediu uma jihad (guerra santa) para interromper a ofensiva israelense na Faixa de Gaza. A declaração está em uma nova gravação de áudio liberada em um site. O áudio foi postado em um site que geralmente transmite mensagens de militantes islâmicos pela internet. A autenticidade do material não foi confirmada por fontes independentes, porém a voz se parecia com a do extremista em declarações anteriores.
É a primeira mensagem atribuída ao líder da Al-Qaeda desde maio de 2008, divulgada quase três semanas depois do início da ofensiva israelense em Gaza. Bin Laden disse também que a rede terrorista iria abrir “novas frentes” para combater os Estados Unidos e seus aliados, não somente no Iraque e no Afeganistão.
O líder extremista avaliou ainda que o presidente eleito Barack Obama receberá uma “herança pesada” de George W. Bush - duas guerras e “o colapso da economia”. Para Bin Laden, essa herança levará os Estados Unidos a um longo confronto contra os mujahedin (guerreiros sagrados).
A Casa Branca minimizou a gravação, afirmando que ela demonstra o “isolamento” do terrorista. “Parece que a gravação demonstra seu isolamento e as contínuas tentativas de permanecer relevante em um momento em que a ideologia, missão e agenda da Al-Qaeda são questionados e desafiados através do mundo”, afirmou Gordon Johndroe, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional na Casa Branca.
A gravação, de 22 minutos, é intitulada “Um chamado à jihad para interromper a agressão em Gaza”. Bin Laden acusou também os líderes árabes de “evitarem sua responsabilidade” para liberar a Palestina. “Se você não está disposto a lutar, então abra espaço para os que estão”.
“Nação islâmica, você é capaz de derrotar a entidade sionista com o apoio popular e sua grande força, mesmo sem o apoio dos líderes (árabes) e apesar do fato de muitos (dos líderes árabes) estarem nos acampamentos da aliança cruzada-sionista”, disse Bin Laden.
O líder extremista não fez nenhuma referência ao Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza desde 2007. Os líderes da Al-Qaeda criticaram o grupo militante islâmico em várias ocasiões, por participar de eleições e não se engajar “seriamente” no confronto com Israel.
“A questão é: pode a América continuar a guerra contra nós por muito mais décadas?”, perguntou Bin Laden. Ele se comprometeu a continuar a combater os EUA por muitos anos. “Se ele se retirar da guerra, é uma derrota militar. Se ele continuar, ele afunda na crise econômica”, avaliou Bin Laden, referindo-se a Obama. É a primeira vez que o líder da Al-Qaeda fala sobre o presidente eleito dos EUA, ainda que não o tenha nomeado diretamente.


Folha de Pernambuco

Nenhum comentário: