Secretário diz que briga cria clima desconfortável

José Humberto refere-se à crise entre prefeito e João Paulo

BEATRIZ GÁLVEZ

PETEBISTA espera por uma saída consensual no PT

O afastamento entre o prefeito do Recife, João da Costa, e seu antecessor, João Paulo, ocorrido com menos de um ano de gestão, não vem causando constrangimento apenas no PT. Também provoca reflexos na própria equipe da Prefeitura. Ontem, ao dar entrevista na Rádio Folha FM 96,7, o secretário de Serviços Públicos, José Humberto Cavalcanti (PTB), admitiu que a situação é complicada, até porque alguns dos atuais auxiliares são aliados ou já trabalharam com o ex-prefeito.

“Essa questão do PT não é confortável para ninguém. Acredito que não seja nem para o prefeito João da Costa, nem para João Paulo, nem para quem está lá na gestão. Agora, nós procuramos, como PTB, evitar esse tipo de comentário e de posicionamento. O que nós desejamos é que o PT encontre uma saída, digamos, consensual, para que isso não atrapalhe as forças da base do Governo”, desabafou o secretário-geral do PTB.

Mas este foi o único problema do PT sobre o qual o secretário assumiu o incômodo. Quanto disputa entre João Paulo e o secretário estadual das Cidades, Humberto Costa, para indicação do partido ao Senado, José Humberto afirmou que sua legenda não tem predileção por nenhum dos dois. Mas não deixou de citar as vantagens eleitorais do ex-prefeito. “Ninguém pode negar que João Paulo tem uma densidade eleitoral, em especial na Região Metropolitana, comparável com o candidato da oposição, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB). Isso dá a ele um diferencial, mas não quer dizer que o companheiro Humberto Costa não tem também todas as condições de disputar”, assegurou.

O PTB deve enfrentar situações opostas no campo nacional e local, já que nacionalmente deve apoiar o presidenciável do PSDB, José Serra, porém em Pernambuco fica com o governador Eduardo Campos (PSB). “Não há dentro do partido interesse em criar esse tipo de problema com a nacional. Se houvesse verticalização, poderia haver, mas uma vez que se resolve que as regionais podem tomar o caminho que quiserem, não há porque”, argumentou.

Na disputa majoritária no Estado, a sigla está tranquila, já tendo articulada e bem aceita a candidatura do deputado federal Armando Monteiro Neto como nome ao Senado. “Eu diria que estamos preparados para isso. Temos um pré-candidato que tem um perfil que os partidos da base do governador têm demostrado que é um candidato competitivo”, afirmou.(Folha de Pernambuco)