quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Lula ainda reclama da perda da CPMF



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) politizou sua sétima visita a Pernambuco neste ano, ao criticar o conjunto das oposições durante discurso no IX Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, que termina hoje no Centro de Convenções, em Olinda. O gesto foi estratégico. Discursando para uma plateia de profissionais do segmento de todo o País, o presidente da República contestou a manobra exitosa orquestrada pelos seus adversários, em 2007, para derrubar a Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF). A crítica, que deve ser usada como argumento de campanha, em 2010, veio no momento em que o petista articula a criação da Contribuição Social da Saúde (CSS). O governador Eduardo Campos (PSB) e o ministro da Saúde, José Gomes Temporão (PMDB), reforçaram o ataque.

“Houve gente que, achando que era demais dar R$ 40 bilhões para o Governo por ano (R$ 120 bilhões em quatro anos), preferiu prejudicar o Lula. E não me prejudicaram, prejudicaram uma parte muito grande da sociedade brasileira que não tem dinheiro para pagar plano médico. Portanto, não restitui o Imposto de Renda e precisa da saúde pública”, disparou Lula, ovacionado pelo público. De Pernambuco, o presidente seguiu para Londres, Inglaterra, onde amanhã receberá prêmio concedido pela Chatham House como forma de reconhecimento por sua atuação nas relações internacionais e na condução da política econômica e social do Brasil. Ele foi acompanhado da ministra-chefe da Casa Civil e presidenciável do PT, Dilma Rousseff, que não discursou no Congresso.

Eduardo Campos classificou como um “erro” o fim da CPMF e ressaltou que o dinheiro que seria destinado à taxa não trouxe ganho real para o povo ao ser aplicado na economia. “Se um erro foi cometido de não vincular o recurso da CPMF e bloqueá-lo de outros usos, esse erro não pode justificar a quebra do acordo. Tive a oportunidade de participar (das negociações) e chegamos numa madrugada a fazer um acordo com o PSDB para que votássemos a CPMF de uso exclusivo para a saúde. E a intransigência política de alguns, com apoio de muitos da oposição... Radicalizaram e jogaram R$ 27 bilhões na economia, mas que não vi baixar o preço de nada”, bateu. José Gomes Temporão acusou a oposição de jogar o dinheiro na ponte.(Folha de Pernambuco)

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