sábado, 21 de novembro de 2009

João Paulo deixa cargo e abre crise


“Não tem bomba nenhuma. Pedi a exoneração por motivo pessoal, não tem nada a ver com a saída de Catão do Porto do Recife. Não sou apegado a cargo. Qualquer cargo de confiança pertence ao Governo, e o governador (Eduardo Campos/PSB) pode mudar quando achar que deve”, afirmou o ex-prefeito João Paulo, ressaltando que Campos já havia lhe dito que pretendia retirar Alexandre Catão do comando do Porto. “Me disse isso em dezembro do ano passado. Não foi uma decisão de agora”, garantiu, de Brasília, onde se encontrava desde quinta-feira.

Para afastar de vez a ideia de que o episódio envolvendo Catão influiu na sua decisão de deixar a secretaria de Articulação Regional, João Paulo revelou que, na última quarta-feira, antes de viajar para Brasília, já havia entregue uma carta com o pedido de exoneração ao chefe da Casa Civil do Estado, Ricardo Leitão. O ex-secretário contou que, na ocasião, o governador Eduardo Campos estava em reunião e, por isso, deixou a mensagem com o auxiliar. “Deixei com ele para que entregasse ao governador quando a reunião acabasse. Isso foi no dia 18. Eu já tinha tomado essa decisão”, relatou.

Com a saída de João Paulo, todo o grupo que o acompanhava na Secretaria de Articulação Regional, incluindo a secretária executiva (Lygia Falcão), também deixará a pasta. O petista disse que a sua decisão reflete “em todo o seu coletivo”. “Sim, o pessoal vai sair. Não faria sentido continuar. É uma decisão que vai além do pessoal, que vai influir no coletivo”, explicou. Até que o governador Eduardo Campos indique um novo nome para comandar a pasta, José Patriota (PSB) assume o cargo interinamente.

Com relação à declaração de Fernando Bezerra Coelho sobre o espaço que João Paulo detinha no Governo do Estado, o ex-prefeito deixou de lado o discurso ameno, que utilizou para explicar a sua saída, para deixar claro que não aceitou o tom empregado pelo socialista. “Eu me senti na obrigação de esclarecer ao povo que ele estava dizendo uma grande bobagem. Só respondi uma coisa que ele falou”, disparou.


SENADO

Apesar da decisão radical de deixar o Governo, João Paulo não descarta a disputa pelo Senado. Segundo ele, a decisão continua nas mãos do presidente Lula (PT) e do governador Eduardo Campos. (Folha de Pernambuco)

Nenhum comentário: