Aos poucos, o governador Eduardo Campos (PSB) vai tornando público os argumentos que o levará para o confronto com a oposição na disputa pelo Palácio do Campo das Princesas, em 2010. Ontem, foi a vez de o socialista provocar os adversários, comparando seu jeito de administrar a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) com o da gestão anterior. Campos criticou a venda de 29% da companhia, há dez anos, durante o primeiro Governo Jarbas Vasconcelos (PMDB). Ao discursar na assinatura do aditivo de lei em que o Estado se compromete a comprar os 29% da Compesa pertencentes ao Governo Federal, o socialista pediu empenho dos servidores da empresa para que a oposição não seja municiada com fatos que podem ser usados no embate eleitoral.
“Quero falar, não com os dirigentes da Compesa, mas com a base da Compesa. É preciso também a gente ter compromisso com o trabalho, com carinho de tratar os outros e com as obras. Não podemos dar discurso àqueles que fizeram muitos discursos pela venda da Compesa. Para a gente ter espírito público, para tratar bem o que é do povo, sobretudo do povo que mais precisa. Não estamos fazendo isso porque desconfiamos da competência, não. Estamos fazendo isso porque confiamos na competência. Digo isso porque acho que nosso governo, que valorizou a Compesa, tem condições de falar”, bradou Eduardo Campos.
O governador destacou que a decisão de comprar parte das ações da companhia não foi baseada apenas na sua ideologia política, que, ao contrário da antiga União por Pernambuco, não prevê o enxugamento do Estado por meio da venda de empresas vinculadas. “A decisão foi pensada, amadurecida e decidida. Não tenho aqui só princípios de visão de mundo, que carrego na minha história e na minha vida pública. Aqui também tem a visão econômica”, ressaltou Eduardo Campos, que, no início de sua fala, cometeu uma gafe ao confundir a Compesa com a Celpe, privatizada por Jarbas. “Essas tentativas frustadas de venda da Celpe... De venda da Compesa...A Celpe não teve a mesma sorte”, pontuou.
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