A temporada pré-eleitoral incendiou de vez o clima no campo governista. Ontem, em entrevista à Folha, o presidente da Companhia de Trânsito e Tranporte Urbano (CTTU) do Recife, Carlos Padilha (PT), resolveu abrir o jogo nove meses antes das eleições e anunciou que vai lutar pela candidatura do ex-prefeito João Paulo (PT) ao Governo de Pernambuco. Padilha integra a tendência Mensagem ao Partido e avisa que, no próximo sábado, haverá uma reunião do grupo onde colocará sua opinião para a avaliação dos aliados. “Eu defendo a candidatura de João Paulo para o Governo. João Paulo pode fazer melhor do que o governador Eduardo Campos (PSB) na Educação, na Saúde, em qualquer coisa”, disparou.
A polêmica declaração do petista veio um dia antes da reunião marcada para hoje entre Eduardo Campos, o presidente Lula (PT) e a ministra Dilma Rousseff (PT), em Brasília. É certo que o embate eleitoral deste ano deve roubar a cena na pauta de discussões. Por sinal, o dirigente dá uma estocada no socialista quando lembra do pleito para a Presidência da República. “Eduardo Campos não está lançando um candidato a presidente? Lula tem 84% de aprovação no Estado e ele quer lançar (o deputado federal) Ciro Gomes (PSB). Não misturo aliado com hegemonia”, enfatizou.
Carlos Padilha ainda assegurou que outros membros da Mensagem vislumbram a ascensão de João Paulo ao Palácio do Campo das Princesas, mas evitou revelar nomes. Ademais, ele demonstra mágoa no que toca a 2006, quando o nome do então prefeito do Recife foi preterido por conta da postulação ao Governo pelo secretário das Cidades, Humberto Costa (PT). “Eu sou por João Paulo desde 2006, quando queria o nome dele. Múcio Magalhães, Lygia Falcão e João da Costa (os três petistas eram secretários municipais da Prefeitura na ocasião) foram contra a candidatura de João Paulo. Foi questão de poder... Mas tem que perguntar isso a eles, né?”, provocou.
Pelo histórico de líder estudantil, presidente da CUT entre 1995 e 1997, secretário de Administração e Habitação do Recife, entre outros cargos e funções, Padilha diz não temer represália política de quem quer que seja. Inclusive, garante ter conversado por conta própria com João Paulo e o próprio Eduardo Campos a respeito da sua posição sobre as eleições. “Não tenho que estar consultando ninguém para emitir minhas opiniões. Eu tenho vida própria. Olha, pergunta para os dois (negando-se a falar o conteúdo da discussão com as lideranças)”, desabafou.(Folha de Pernambuco)
Nenhum comentário:
Postar um comentário