A partir de junho, os clientes da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) - cerca de três milhões de pessoas - terão uma redução de 11% na conta de energia elétrica. O anúncio foi feito, ontem, pelo presidente do Grupo Neoenergia, Marcelo Corrêa, através de teleconferência, para apresentar balanço financeiro da companhia, relativo ao ano de 2009. Segundo Corrêa, o reajuste negativo poderia ser sentido desde o ano passado se não fosse a polêmica em torno dos 8% referentes à última parcela da revisão tarifária de 2005. O passivo previsto para ser aplicado em 2008 foi postergado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e passou a ser tarifado no ano passado.
“Este é o principal motivo da redução, uma vez que o passivo deixará de ser cobrado em abril. Além disso, também contribuiu para a queda o IGP-M (Índice Geral de Preço - Mercado), que, no acumulado dos últimos 12 meses, apresentou-se negativo em 1%. Outro fator foi a redução de custos não gerenciais - que fogem do controle da empresa”, explicou o presidente do Neoenergia. Ele ressaltou que a redução de perdas de 2005 até 2009 - que foi de 18% para 15,6% - e o aumento na arrecadação - que virou quase 100% - também contribuíram para a baixa.
Na ocasião, Corrêa também divulgou que a Celpe - distribuidora do Neoenergia - obteve lucro líquido acumulado de R$ 435,5 milhões em 2009, o que representa uma redução de 6,6% em comparação com 2008, quando o lucro foi de R$ 466,3 milhões. A queda, segundo o presidente, foi em função dos impactos do reposicionamento tarifário. “A redução é um curso natural porque estamos limpando parte de antigas regulamentações da revisão tarifária de 2005. Além disso, houve uma frustração da atividade econômica no primeiro semestre de 2009 por conta da crise”, ressaltou.
Em 2000, quando a Celpe foi adquirida pelo Neoenergia, a Frequência Equivalente de Interrupção (Fec) do fornecimento de energia era de 16 vezes no ano e, agora, caiu para 6,5 vezes. Já a Duração Equivalente de Interrupção (Dec) - tempo em que os consumidores ficaram sem energia - aumentou de 15 para 16 horas, de 2008 até o ano passado. A Celpe investiu, em 2009, mais de R$ 260 milhões, 30% a menos que em 2008, isso porque, segundo Corrêa, o Programa Luz para Todos (que registrou mais de 115 mil ligações desde 2004) está quase finalizado e era o responsável por boa parte do valor do orçamento da companhia. Este ano a Celpe irá dispor de R$ 200 milhões em seu orçamento - a maioria dos recursos serão aplicados em melhoria e manutenção dos serviços.(Folha de Pernambuco)
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