domingo, 31 de janeiro de 2010

CARNAVAL: a festa da carne está chegando


Até mesmo a Igreja Católica teve que se render ao período de quatro dias
PRISCILA DOS SANTOS
O Carnaval encontrou no Brasil uma dimensão e força distintas de outros países; virou um fenômeno de identidade cultural. O registro mais longínquo remonta às civilizações greco-romanas antigas no culto à deusa da fertilidade. Com o tempo, a festividade foi condenada pela Igreja Católica, que não tolerou a presença de bebidas e orgias.

“No processo de cristianização da Europa foram feitas concessões aos povos germânicos, de tal maneira que o Carnaval terminou integrado ao calendário europeu medieval, pondo-o nos dias que antecedem o início do período da Quaresma”, explica o professor do Departamento de História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Severino Vicente.

Segundo o historiador André Diniz, com a permissão da Igreja Católica, a Quaresma ficou como um período de dedicação ao espírito. Mas nos dias anteriores à quarta-feira de cinzas, a população se abria ao consumo de carne e bebidas. “Daí vem um dos significados da origem da palavra - o ‘adeus à carne’”.


CHEGADA AO BRASIL

O Carnaval chega ao Brasil junto com os portugueses. “Era a brincadeira do Entrudo, com as pessoas jogando umas nas outras substâncias como água de cheiro e goma”, afirma o pesquisador da UFPE, Severino Vicente. A festividade brasileira inicialmente era restrita, sem participação popular. “O Carnaval começa a tomar formas brasileiras no final do século XIX, especialmente após o fim da escravidão e a proclamação da República”.

A diversidade existente no Brasil fez do Carnaval a sua maior manifestação. E hoje, blocos de ruas, festas em clubes, escolas de sambas e tantos gêneros musicais - como marchinha, samba e frevo - formam uma grande rede de festividades. “A maneira como os foliões subvertem os valores na festa é algo só encontrado aqui”, analisa André Diniz.(Folha de Pernambuco)

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