quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Programa da prefeitura começa a mudar a realidade dos flanelinhas


O programa “Viver com Cidadania” foi lançado no dia 19/10, além da iniciativa, foi criada a Associação dos Flanelinhas do Vale do São Francisco (Asflanvale). O projeto foi criado pela SEDEST através de reuniões realizadas junto com os representantes da categoria para atender as reivindicações dos flanelinhas.
Segundo Paulo Ricardo Magalhães, presidente da Asflanvale, o projeto trouxe vários benefícios para os flanelinhas, pois hoje eles têm dez pontos regularizados que abrangem toda a cidade, além de receberem fardamento da prefeitura e um kit com utensílios próprios, que auxiliam no seu trabalho. “A gente está vendo o projeto com bons olhos, pois ele está tendo resultados”, diz o representante da categoria.
De acordo com Magalhães, o programa ajudou a consolidar a confiança da categoria. “A gente hoje é respeitado na cidade, pois algumas pessoas até entregam seus veículos com bens dentro”, comenta. Ainda segundo Paulo Ricardo, a associação, tornou possível aos flanelinhas uma garantia junto ao INSS na condição de trabalhador autônomo, hoje a categoria pode contar com um fundo de garantia.
A Associação conta com 71 flanelinhas cadastrados e um dos requisitos necessários para se unir a representação é não possuir antecedentes criminais, explica Paulo Ricardo. Segundo ele, a primeira medida tomada quando um flanelinha comete uma infração é tomar uma advertência, seguida da expulsão do grupo. “A gente sabe bem que esse é o nosso emprego, sabemos bem que devemos respeitar e ser respeitados. O projeto foi importante para diferenciar o joio de trigo, ou seja, diferenciar o flanelinha daquela pessoa que fica usando drogas pelas ruas”, diz. Segundo o presidente da associação dos flanelinhas, o status que a categoria ocupa hoje é resultado de uma luta que esse estendeu por seis anos.
A metodologia do programa “Viver com Cidadania” está sendo usada também em Brasília. Segundo Paulo Ricardo, a polícia civil da Capital Federal tomou conhecimento da ação através da internet e está fazendo o mesmo. “Esse projeto está tendo futuro, a gente não quer que ele fique só em Petrolina ou em Brasília, queremos que ele seja implantado em todo o país, pois existem flanelinhas no Brasil todo”, conclui.
De acordo com Paulo Ricardo, por meio da associação, os flanelinhas reivindicaram o seu direito á moradia, resultando na entrega de 21 casas nesta quarta-feira (20) através do programa “Minha Casa/Minha Vida”, promovido pelo governo federal.
O representante da categoria explica que a sua principal meta para 2010 é conseguir um posto lava-jato que possa ser utilizado pelos membros da associação, pois ainda existem flanelinhas que lavam os carros utilizando latas para transportar água. Outra meta é conseguir a carteira assinada, por meio da representação da categoria, para que os profissionais possam usufruir de direitos trabalhistas.

Raoni/J.Menezes
Foto:Tavares

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