sábado, 9 de janeiro de 2010

ARROZ MAIS CARO

A previsão dos analistas sobre um aumento no preço do arroz em 2010 está prestes a se confirmar. Dentro das próximas duas semanas, a população deve sentir um aumento de 15% no valor do alimento. No Estado, o quilo custa, em média, entre R$ 1,60 e R$ 2, segundo a Associação Pernambucana de Supermercados (Apes). Em 15 dias, o produto atingirá patamares em torno de R$ 1,94 e R$ 2,30 - um acréscimo geral de R$ 0,32. A tendência de sobrepreço é justificada pela quebra de rendimento na safra do Rio Grande do Sul, responsável por 90% do arroz de Pernambuco.

O pior ainda pode estar por vir, pois já se fala em um aumento gradativo superior ao esperado. “Para este ano, a expectativa é que o preço não baixe, só suba. A princípio, a solução seria buscar o arroz no mercado externo, mas ele também vai estar muito alto. Por isso, do ponto de vista do consumidor, não há muita saída”, apontou o vice-presidente da Apes, Djalma Cintra. De acordo com ele, o maior motivo para a baixa na produção é a mudança de clima. “No Rio Grande do Sul tem chovido muito e em outros lugares têm acontecido problema de seca”, destacou. Além do estado do Sul do País, Pernambuco recebe arroz uruguaio e do Centro-Oeste.

Quando a safra 2009/10 chegar ao mercado, no final de fevereiro, haverá um estoque remanescente de apenas 983 mil toneladas, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A quantidade é suficiente para um mês de consumo e estará concentrada em poder do governo. Ao final da safra atual, é esperado um estoque de não mais de 664 mil toneladas. Também diferente do que ocorreu no ano passado, em 2008 o governo precisou vender estoques em plena safra para segurar a alta de preços.

A entrada da safra gaúcha, que normalmente já está disponível em meados de fevereiro, deve ser prolongada até o final do mês, porque o plantio foi realizado com atraso no Rio Grande do Sul. Apesar da tendência de alta, para o diretor do Departamento de Arroz da Corretora Novel, Júlio Tonidandel, quando o volume aumentar, as cotações terão recuo.

No Brasil, o indicador mais recente da safra nacional, divulgado anteontem pela Conab, prevê colheita de 12 milhões de toneladas, 4,5% abaixo do produzido em 2008/09. O consumo está estimado em 12,850 milhões de toneladas. Na próxima safra, as importações devem chegar a 1 milhão de toneladas e as exportações a 500 mil toneladas. (AUGUSTO LEITE e AGÊNCIA ESTADO)

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