sexta-feira, 6 de novembro de 2009

SDS vai cortar pontos dos grevistas


Os policiais civis que continuarem participando da greve, iniciada no último dia 3 de outubro, e não comparecerem aos seus locais de trabalho terão seus pontos cortados e o desconto dos dias parados. O anúncio foi feito ontem pelo secretário da Secretaria de Defesa Social (SDS), Servilho Paiva, e pelo chefe da Polícia Civil, Manoel Carneiro, durante coletiva à Imprensa. A decisão foi tomada depois que o juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública da Capital, Edvaldo José Palmeira, considerou, na última quarta-feira, a greve como ilegal e inconstitucional e determinou o imediato retorno dos policiais aos seus locais de trabalho, sob a pena de multa no valor de R$ 30 mil. Servilho Paiva informou que o corte e o desconto já começa a valer a partir da data da decisão do juiz.

Ele orientou os gestores da Polícia Civil que estiveram reunidos com ele momentos antes da coletiva a lançarem falta nos grevistas que não comparecerem aos seus locais de trabalho e a enviarem uma lista com o nome dos mesmos para a Secretaria. “Além de descumprirem a Lei, quem não comparecer ao seu local de trabalho ou deixar de atender uma ocorrência estará incorrendo em crime de prevaricação por não estar exercendo a sua função e poderá responder a um inquérito administrativo, penal ou a ambos, caso alguém se sinta lesado”, comentou o secretário. Paiva orientou a população a recorrer à Corregedoria e à Ouvidoria SDS no caso de falta de atendimento. A Corregedoria pode ser contatada através do telefone 3184.2767 e a Ouvidoria pelo número 0800.081.5001.

Manoel Carneiro destacou os benefícios concedidos pelo Governo à categoria nos últimos anos. Segundo ele, em 2007, 2.378 policiais foram reenquadrados. Em 2008, houve o aumento de 10% dos salários e, em 2009, a promoção de 670 servidores. Além disso, Carneiro lembrou a contratação de 1,4 mil novos policiais, em 2008, e informou que até o final deste mês serão convocados mais 250 agentes, 50 delegados e 50 escrivães. “Essa greve só está existindo porque eles querem que o Governo antecipe a tabela de salários a ser praticada em 2010 e agora não temos condições de prever isso”, disse. Considerando o ingresso dos novos policiais e os aumentos salariais dos últimos anos, a folha de pagamento da Polícia Civil teve um incremento de 64%, com relação a janeiro de 2007.

Apesar do anúncio, os policiais civis continuam firmes no propósito de conquistarem um aumento salarial médio de 63%. “Os policiais estão indo para os locais de trabalho. Mas todos estão insatisfeitos com a situação e ninguém irá produzir o que estava produzindo antes. Essa situação se resolve com diálogo e não na Justiça. A insatisfação é tanta que os policiais podem até ir para a rua, mas ninguém poderá obrigá-los a prender ninguém”, comentou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Cláudio Marinho. Hoje, às 19h, os policiais estarão reunidos em Assembleia Geral Extraordinária, na sede do Sinpol. No local serão discutidos os rumos do movimento.(Folha de Pernambuco)

Nenhum comentário: