sábado, 7 de novembro de 2009

“Irresponsabilidade social da Compesa e falência administrativa”, classifica Melo Junior

Por Neya Gonçalves

O presidente interino da Agência Reguladora do Município de Petrolina (ARMUPE), Melo Junior, está trabalhando para que o povo de Petrolina não seja obrigado a pagar pelo aumento da conta de água em 8%, apresentado pela Compesa.

“Não concordamos com esse aumento, porque uma coisa é o custo que a Compesa tem para a captação e distribuição de água aqui em Petrolina, e o custo que esta mesma empresa tem, para a captação e distribuição em uma cidade do porte de Caruaru, onde a escassez é imediata. Temos um rio passando em nossa porta. A Compesa não apresentou os demonstrativos de custos à Agência Reguladora. Nós determinamos, através de ofício, que a Compesa abrisse suas contas aqui em Petrolina, bem como nos apresentasse o plano de revisão tarifária de todo o estado para sabermos qual o contexto de Petrolina dentro dele”, informa Melo.

O aumento foi para todo o Estado de Pernambuco. “O que nós achamos estranho é que foi pedido pouco mais de 15% de aumento que foi concedido pela Agência Reguladora do Estado de Pernambuco (ARP), na proporção de 8,6%. A ARP por sua vez, tem o poder de política tarifária em Petrolina através de delegação. Esta delegação foi feita através de acordo entre a prefeitura e a Compesa. Então eles querendo fazer uma uniformização de tarifas passaram para a ARP, sendo que essa delegação foi de caráter precário, não tem poder absoluto”.

Os argumentos que a prefeitura está usando para derrubar o exorbitante aumento são: “A questão de custo/benefício. Quanto é que de fato o petrolinense paga pela sua água? Agora eles têm que nos convencer que o aumento é justo. Não podemos aceitar de forma alguma. Como é que eu aceito um aumento desse, se os serviços da empresa não estão a contento?”, questiona.

Os bairros Antonio Casimiro, São Gonçalo, Dom Avelar, e Santa Luzia passam por problemas. “A Compesa informa que 96% do município está saneado. Os quatro bairros citados não compõem 4% do município. Esta divulgação não condiz com a realidade. Contratamos os serviços de pesquisa de satisfação, que será feita por um órgão de reconhecimento estadual, sem interferência local”.

Na localidade de Izacolândia, em Vila Maria, os moradores queixam-se que existem várias ‘bocas de lobo’ estouradas há mais de 20 dias. Os dejetos ficam espalhados, causando perigo à saúde pública. Segundo os moradores, a Compesa foi comunicada sobre o fato e providências não foram tomadas. “São 120 registros de esgotos estourados em Petrolina. E o problema não é apenas por causa dos buracos. A água é insuficiente, existem esgotos e muita lama. Quanto aos buracos em ruas e avenidas, a prefeitura tapa um e a empresa abre cinco. Isso é uma coisa que eu chamo de ‘irresponsabilidade social’. A Compesa não está tendo responsabilidade com o povo”, alfineta.

Melo Junior livrou das críticas a gerência regional do órgão em Petrolina. “O que tem condições de fazer, faz”. Os serviços de ampliação de rede têm causado inúmeros contratempos para os consumidores quando não se tem a melhora no abastecimento. “A ARMUPE está notificando a Compesa, e em cada notificação, poderá gerar uma multa no valor de R$ 30 mil. Cada rua que estiver sem a devida pavimentação vai ser notificada e posteriormente multada, caso ela não cumpra com as exigências. O que existe é a falência administrativa na gestão deste contrato”, afirma.

Junior ainda faz uma grave denúncia: “Como é que se faz uma obra onde se assenta os canos, não se repavimenta e nem coloca água nos canos. Quer dizer, estão colocando os canos e não estão fazendo as ligações. De abril pra cá estamos com quase 500 notificações contra a Compesa. Nós estamos agindo de forma direta, mas o problema se encontra na parte administrativa, em Recife”. Na Avenida Honorato Viana, bairro Jardim Amazonas, os comerciantes estão tomando prejuízo há três meses. A Compesa abre as crateras e faz o serviço de reposição mal feito. Horas depois a situação acaba ficando pior, pois os veículos ficam impedidos de circular, inclusive os caminhões de carga e descarga, resultando em prejuízo para o comércio local.

Outro problema que vem causando preocupação nos consumidores é que empresa envia o nome dos usuários ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), quando o mesmo atrasa o pagamento em um mês. “Isso é um absurdo. Além de oferecer um serviço de péssima qualidade, ainda somos obrigados a nos submeter a este constrangimento”, desabafa Maria Quitéria dos Santos, do Loteamento Vila Marcela.

No bairro São Gonçalo, precisamente na Avenida Professor Simão Durando, existem três vazamentos de água de esgoto há mais de vinte dias. com dejetos se espalhando pelas vias. Os moradores por diversas vezes avisaram a empresa que até o momento nada foi feito para sanar o problema. Em outros bairros a situação não é diferente. A população sempre reclama dos serviços oferecidos.(www.acaopopular.net)

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