quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Seca castiga Sertão e Agreste


Em todo o Estado de Pernambuco, 69 municípios decretaram situação de emergência por conta da seca. Desse total, 47 compreendem a região do Sertão e os outros 27, do Agreste. O Governo do Estado homologou 47 desses pedidos, o que significa o envio de reforços, tais como o aumento no quantitativo de carros-pipa, através do Exército e do IPA - Estação Experimental da Empresa Agronômica de Pernambuco -, e de verbas para as prefeituras. No geral, o período do Decreto pode variar de 30 a 90 dias, mas a maioria dos prefeitos solicita o prazo maior, com possibilidade de renovação, caso a situação não melhore.
De acordo com a Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe), a precipitação pluviométrica em 2008 foi 30% superior a média histórica registrada. Isso significa dizer, por exemplo, que nos quatro meses chuvosos do ano, com destaque para os meses de julho e agosto, que compreendem o período de maior precipitação, houve uma aumento na quantidade chuvas. A média no Sertão é de 600 milímetros por ano. Já no Agreste, a situação é um pouco melhor: 650 milímetros. “A gente não pode esquecer de levar em consideração que no Sertão os índices de evaporação são bem maiores do que no Agreste”, explicou o gerente de Operações da Codecipe, Major Ivan Ramos.
A estimativa da Codecipe é de que mais de meio milhão de pessoas estejam sendo afetadas pela seca na região Nordeste, a maioria concentrada no Sertão. “Essas localidades têm uma característica marcante, que é a população difusa. Pessoas que estão em locais isolados e, que por isso, a ajuda fica mais difícil por conta do acesso”, lembrou o Major Ivan.
RECURSOSEm anos de castigada seca, vários recursos já foram estudados como forma de amenizar os problemas acarretados, mas tudo deve ser pensado e executado com pelo menos um ano de antecedência. De acordo com o supervisor da IPA, Ivan Ferraz, a utilização da palma, além da palha do milho e do feijão são alternativas para garantir alimento aos rebanhos nesse período de seca prolongada. “Se no período do inverno o agricultor se prevenir, ele tem como oferecer ao gado uma condição nutricional que vai fazer com que ele resista no período da seca”, explicou Ivan Ferraz.
No entanto, para que essas ações preventivas tenham sucesso, é necessário uma antecipação das ações. A palma, por exemplo, deve ser plantada com pelo menos dois anos de antecedência antes de ser oferecida ao gado. Seu Gilvan da Silva, de 46 anos, sabe bem disso. Apesar de não ter um rebanho grande, procura sempre tomar medidas preventivas para não arriscar perder os animais. “No período de chuva, eu planto milho e feijão e agora eu ofereço ao gado as palhas secas, junto com a palma, que tem muita água dentro dela”, explicou.


Folha de Pernambuco

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