quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Relatório exclui Obama de escândalo

Documento avaliou contatos de sua equipe de transição e governador Rod
O relatório sobre a sindicância que o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, encomendou para avaliar os contatos entre os profissionais de sua equipe de transição e o governador de Illinois, Rod Blagojevich, acusado de tentar vender a indicação à cadeira do democrata no Senado, aponta que “não há indícios de discussões impróprias’’ nem com o governador nem com “qualquer um de seu gabinete’’.
O documento - elaborado com base em entrevistas dos profissionais que foram realizadas entre os últimos dias 18 e 20 - foi enviado, ontem, pela transição para a imprensa. Com base em grampos telefônicos, o FBI (a polícia federal americana) acusa Blagojevich de negociar a indicação à cadeira que Obama deixará no Senado em 2009, quando assumir seu cargo como presidente. No Estado de Illinois, cabe ao governador decidir quem irá suceder o senador que deixa o cargo.
Conforme o FBI, nas conversas gravadas, o governador aparece negociando a indicação em troca de uma nomeação para o governo Obama; de contribuições para futura campanha; da indicação da mulher, Patti, para um alto cargo em alguma empresa; da indicação dele mesmo para a presidência de um sindicato; e de doações para uma ONG.
O relatório da equipe de Obama afirma que Rahm Emanuel, futuro chefe-de-gabinete, chegou a informar o governador sobre nomes que o presidente eleito considerava qualificados, porém que nunca houve uma discussão sobre a indicação do governador “a um cargo no governo, a um cargo no setor privado ou de qualquer outro benefício para o governador’’.
O documento revela também que Valerie Jarrett, uma das principais assessoras de Obama, foi informada, em conversa com Tom Balanoff, presidente da seção de Illinois de uma grande organização sindicalista americana, de que o governador esperava ser indicado por Obama à Secretaria de Saúde, mas afirma que nunca ficou implícito que o governador “ligava o cargo à seleção do sucessor do presidente eleito no Senado’’.
“Jarret não entendeu que a conversa sugeria que o governador queria um cargo no gabinete como pagamento para selecionar um candidato específico’’, afirma a equipe de transição.
Em relação a Obama, o relatório é bastante enfático e afirma que o presidente eleito “não teve contato ou comunicação com o governador Blagojevich ou integrantes de sua equipe sobre a vaga no Senado’’. Blagojevich e seu chefe-de-gabinete, John Harris, chegaram a ser presos com base na acusação de corrupção, mas acabaram liberados após pagamento de fiança.


SÃO PAULO (Folhapress)

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