terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Lula critica ação da imprensa em seu governo


Na última aparição pública no Planalto em 2008, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva repetiu o tradicional discurso de crítica à oposição e à imprensa. Ao sancionar lei que muda a organização do ensino técnico federal, ele voltou a reclamar da extinção da CPMF pelo Senado e disse que os jornalistas costumam ignorar fatos importantes do governo "Tivemos o percalço da CPMF, que um dia a história vai julgar", afirmou.
Ao se queixar da imprensa, Lula, porém, cometeu uma gafe. "Dizem que se a gente não repetir certas coisas muitas vezes a imprensa não publica, então, por favor, liguem os gravadores", disse o presidente, sem perceber que não havia nenhum jornalista na solenidade, realizada numa sala do segundo andar do palácio. Como de costume, os repórteres foram proibidos de participar do evento. A Presidência só permitiu que os jornalistas acompanhassem por um monitor, no térreo do palácio.
Durante a solenidade, o presidente informou que organizará dia 10 de fevereiro em Brasília uma reunião com os prefeitos para cobrar maior empenho na execução de programas federais de combate ao analfabetismo e à mortalidade infantil. Ele disse não entender o motivo de o País não conseguir reduzir a taxa de 15% de analfabetismo da população adulta, índice registrado desde os anos 1970. "O problema é que temos um estoque de analfabetos adultos", constatou.
Também irá propor um pacto para aumentar o número de registros civis. Ele citou a própria história pessoal para pedir que os prefeitos conscientizem os pais da necessidade de registrar os filhos, especialmente nos grotões. Lula contou que, ao nascer, o pai demorou para registrá-lo. "É que pobre do interior quando chega à cidade não vai primeiro no cartório, mas na bodega", disse. "Nenhuma criança pode sair do hospital sem o registro."
A partir de fevereiro, Lula vai transferir o gabinete do Palácio do Planalto para o Centro Cultural Banco do Brasil, a poucos quilômetros do centro de Brasília. O Planalto será fechado para reforma.
Tribuna da Imprensa

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