quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Retrato de um país devastado



Em uma frase, a primeira-dama do Haiti, Elisabeth Préval, resumiu o pesadelo que se abateu sobre o país, o mais pobre da América Latina: "Caminho por cima de corpos sem vida". O presidente, René Préval, admitiu a existência de milhares de mortos. "O Parlamento desabou. A Secretaria da Fazenda desabou. As escolas desabaram. Os hospitais também desabaram. Há muitas escolas com muitas pessoas mortas no interior", afirmou ao jornal Miami Herald. Mais tarde, o líder haitiano foi encontrado vagando pelas ruas por um repórter da TV CNN. Estava visivelmente abalado e admitiu que não dormira desde a catástrofe da véspera. Já o primeiro-ministro haitiano, Jean-Max Bellerive, citou a cifra de "mais de 100 mil vítimas". Na tarde de ontem, a ONU confirmou a morte de 14 de seus funcionários, mas informou que "entre 115 e 200" eram dados como desaparecidos. O corpo do tunisiano Hedi Annabi, chefe da ONU no Haiti, foi retirado dos escombros da sede da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) no fim da tarde de ontem.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva emitiu uma nota de pesar na qualdisse estar "profundamente consternado com a tragédia". Ele lembrou que o povo brasileiro se sente "vinculado fraternalmente" com o país, em razão da presença das Força de Paz liderada pelo Brasil. Lula externou seu pesar e total solidariedade ao povo haitiano e à família das vítimas brasileiras, em especial à de Zilda Arns. Por sua vez, o colega norte-americano, Barack Obama, prometeu uma intervenção "rápida, coordenada e firme" para ajudar o Haiti. O Pentágono ordenou que navios e porta-aviões se dirigissem ao Caribe e avalia o envio de tropas para garantir a segurança. O Banco Mundial anunciou o desbloqueio de uma verba suplementar de US$ 100 milhões, em caráter urgente.(Diário de Pernambuco)

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