segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Cidade deve perder 80% de área histórica

O centro histórico de São Luiz do Paraitinga, cidade turística a 182 quilômetros de São Paulo, começou a emergir ontem. Paus, pedras, tijolos e fios retorcidos davam os contornos do esqueleto de um dos maiores conjuntos de arquitetura histórica do país. Dos 90 prédios tombados pelo patrimônio histórico do estado, a prefeitura estima que 80% deles não vão escapar da destruição.

O centro histórico de São Luiz, preservado oficialmente desde 1982, é o maior conjunto arquitetônico tombado pelo Condephaat em São Paulo. “É um patrimônio colonial bastante significativo. Inclusive, estava sendo tombado também pelo Iphan, na esfera federal’’, afirma Maria Tereza Luchiari, pesquisadora da Unicamp. Estão cobertas pela água, segundo os órgãos municipais, pelo menos 600 imóveis. A estimativa do prejuízo na cidade supera os R$ 100 milhões.

São Luís do Paraitinga, cidade com 10.908 habitantes, foi atingida por forte chuva entre o final de 2009 e o início deste ano. Na madrugada de sábado, o volume da enxurrada elevou em nove metros o nível do rio Paraitinga e cobriu toda a parte central da cidade.

Cerca de 5 mil moradores ficaram desalojados. Esse também é o número estimado de pessoas que ficaram isoladas na região do Alto do Cruzeiro. Desses moradores, cerca de 1.500 foram resgatados por botes e helicópteros da polícia e do Exército. A maioria era de mulheres, crianças e idosos.

Nem toda família optou por deixar suas casas, pois desde a noite de ontem começaram os saques em residências vazias. Na região, falta água. Não há luz e muito menos telefone. Alimentos e remédios também são itens escassos.(Folha de Pernambuco)

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