domingo, 3 de janeiro de 2010

2010 é desafio para a oposição

Analistas preveem cenários nacional e estadual nada animadores
MARILEIDE ALVES
Os prognósticos para a política este ano não são nada animadores para a oposição, segundo análise dos estudiosos no assunto. Isso tanto no cenário nacional quanto no estadual. Se as pesquisas de 2009 já mostraram um pouco do que deve acontecer nas eleições de outubro deste ano, os cientistas políticos, baseados nos fatos que nortearam a política brasileira no ano passado, também apontam perspectivas. O embate tão esperado entre o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) e o governador Eduardo Campos (PSB), na opinião dos estudiosos, não deverá ocorrer. “Não acredito que Jarbas seja candidato”, diz Hely Ferreira. “Não acredito que Jarbas vá enfrentar uma aventura”, completa Túlio Velho Barreto. Quanto ao quadro nacional, a disputa será polarizada mesmo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

“A oposição só tem um caminho: o PSDB. O Democratas tinha na gestão de José Arruda (governador de Brasília) sua principal vitrine para tentar fazer dele vice de José Serra (PSDB-SP). Com a crise, isso se inviabilizou. Mais que isso: praticamente inviabilizou uma participação mais decisiva do DEM na disputa nacional”, analisa Velho Barreto. Para ele, embora Serra venha se mantendo à frente dos adversários, o tucano não decolou e é um favorito para um segundo turno, o que não garantiria de imediato uma vitória.

Já o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), apesar de ter retirado seu nome da disputa, é visto como o mais competitivo e um nome que pode ser convocado pelo partido. Serra tem postergado ao máximo sua candidatura. O tucano tem uma reeleição garantida em São Paulo e só deve entrar na disputa caso o cenário seja favorito. “Se ele vê que dá, disputa a Presidência. Senão, disputa a reeleição”, prevê Túlio. “A pesquisa mais recente já mostra uma queda de Serra. Isso deixa Aécio numa posição confortável. Ele tem mais chances. Primeiro: é um candidato mais leve; segundo: disputa pela primeira vez; terceiro: é o governador mais bem avaliado; e por último: quer fazer o governo que o avô (Tancredo Neves) não conseguiu fazer”, observa Hely.

A situação da candidata do presidente Lula, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, não é das melhores. Na opinião de Hely, a petista “é pior que Serra”, em termos de carisma. “Contra ela pesa a questão de ter um semblante antipático. Dilma é um enigma, uma candidata fabricada no laboratório de Lula, porque os nomes naturais não podem se candidatar”, comentou, numa referência aos ex-ministros José Dirceu e Antônio Palocci e o deputado José Genoíno, que tiveram seus nomes envolvidos em escândalos.

Já o presidenciável Ciro Gomes (PSB) aposta numa disputa semelhante a que ocorreu em Pernambuco em 2006, quando Lula apoiou dois candidatos aliados: Humberto Costa e Eduardo Campos. “Pode acontecer de Dilma ter uma candidatura mensurável, não passar de um limite. Então, a carta na manga vai ser Ciro. Ele seria uma alternativa”, comenta Velho Barreto.(Folha de Pernambuco)

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