domingo, 1 de novembro de 2009

Municípios da Bahia têm mais casos de corrupção


Os municípios baianos registram os maiores índices de corrupção do País, de acordo com levantamento feito nas inspeções da Controladoria Geral da União (CGU) entre os anos de 2001 e 2004. Os dados foram publicados na tese Efeitos da corrupção em indicadores sociais, do doutorando em ciências sociais pela Universidade Federal de Pernambuco Clóvis Alberto Vieira de Melo.

Ele demonstra como a corrupção dificulta a oferta de serviços sociais, especificamente nas áreas de Educação e Saúde. “Ela é um elemento que interfere, mas não o único”, explica o pesquisador.

Foram 128 desvios de recursos públicos nas 38 cidades investigadas pela CGU na Bahia. A média é de 3,37 casos por município baiano, e São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador, lidera o ranking nacional com 11.

Outros municípios baianos recordistas são Itaberaba e Santa Terezinha, com oito casos, e Teofilândia (7). Entre as dez cidades com o maior número de desvios de verba, a Bahia tem sete; o Maranhão, dois; e Minas Gerais, um.

Na média de ocorrências por município, a Bahia é seguida pelo Maranhão (2,76), Alagoas e Amazonas (2), e Sergipe (1,91). Acre tem o menor índice (0,14). A média nacional é 1,37, com 556 municípios considerados.

O pesquisador ressalva que a Bahia não pode ser considerada o Estado mais corrupto do Brasil porque as escolhas dos locais inspecionados pela CGU se dão por sorteio, o que impossibilita a comparação.

O estudo também não leva em conta o volume de recursos desviados, só a quantidade de registros. “A proposta não é analisar estados”, pondera Melo. “O sorteio da CGU leva em conta os municípios com até 400 mil habitantes, o que representa mais de 90% do total”, lembra. (A Tarde)

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