Os municípios baianos registram os maiores índices de corrupção do País, de acordo com levantamento feito nas inspeções da Controladoria Geral da União (CGU) entre os anos de 2001 e 2004. Os dados foram publicados na tese Efeitos da corrupção em indicadores sociais, do doutorando em ciências sociais pela Universidade Federal de Pernambuco Clóvis Alberto Vieira de Melo.
Ele demonstra como a corrupção dificulta a oferta de serviços sociais, especificamente nas áreas de Educação e Saúde. “Ela é um elemento que interfere, mas não o único”, explica o pesquisador.
Foram 128 desvios de recursos públicos nas 38 cidades investigadas pela CGU na Bahia. A média é de 3,37 casos por município baiano, e São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador, lidera o ranking nacional com 11.
Outros municípios baianos recordistas são Itaberaba e Santa Terezinha, com oito casos, e Teofilândia (7). Entre as dez cidades com o maior número de desvios de verba, a Bahia tem sete; o Maranhão, dois; e Minas Gerais, um.
Na média de ocorrências por município, a Bahia é seguida pelo Maranhão (2,76), Alagoas e Amazonas (2), e Sergipe (1,91). Acre tem o menor índice (0,14). A média nacional é 1,37, com 556 municípios considerados.
O pesquisador ressalva que a Bahia não pode ser considerada o Estado mais corrupto do Brasil porque as escolhas dos locais inspecionados pela CGU se dão por sorteio, o que impossibilita a comparação.
O estudo também não leva em conta o volume de recursos desviados, só a quantidade de registros. “A proposta não é analisar estados”, pondera Melo. “O sorteio da CGU leva em conta os municípios com até 400 mil habitantes, o que representa mais de 90% do total”, lembra. (A Tarde)
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