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Enio De Biasi* |
Estamos chegando ao fim de mais um ano. Foi um ano difícil, cheio de sobressaltos, que começou sob a ameaça de uma crise que abalou todos os países, em maior ou menor grau, inclusive o Brasil. Recessão, perda de emprego e de renda, produção industrial declinante, mercado financeiro com sérias restrições - tudo isso levou vários e importantes bancos quase à bancarrota. Essas eram as perspectivas no início de 2009. A crise realmente mostrou sua face, mas, no balanço geral que podemos fazer agora, no encerramento desse ciclo, é possível afirmar que a economia mundial, de uma maneira geral, se saiu melhor do que as sombrias previsões feitas ao final de 2008. O Brasil, em particular, mostrou uma resposta que podemos julgar satisfatória, com uma política fiscal séria e correta, embora, no início, recalcitrante. Afinal, vamos encerrar o ano com uma estagnação econômica ou até mesmo com um crescimento modesto, o que, diante do quadro vivido pelos demais países, mormente os de economia mais avançada, é um cenário bastante positivo. O mercado brasileiro foi fortemente sustentado pelo consumo interno, composto por uma classe média que cresce num ritmo acelerado. Estudos recentes apontam que, nos últimos anos, cerca de 21 milhões de pessoas passaram a integrar as classes C e D, com potencial de consumo surpreendente. Não é por outra razão que o mercado do Nordeste é o que mais cresce no Brasil. O país está próximo de se tornar a sétima economia do planeta e alguns economistas respeitados fazem projeções de que, em 2020, seremos a quinta maior. Segundo o presidente do JP Morgan Chase, o maior banco do mundo em valor de mercado, o Brasil não é um país emergente, ele já emergiu! Entretanto, essa pujança econômica, por si só, não representa desenvolvimento humano. Temos inúmeras mazelas, como um sistema educacional fraquíssimo e uma segurança pública frágil. Os desafios para nos tornarmos um país desenvolvido são igualmente gigantescos, principalmente melhorar nossa infraestrutura, desde saneamento básico até aeroportos. Já éramos o país da Copa do Mundo de 2014. Recentemente, o Rio de Janeiro se tornou sede das Olimpíadas de 2016. Temos, portanto, data marcada - e pouco tempo - para mitigar nossas deficiências, se é que queremos mostrar ao mundo competência e organização, assim como a China o fez em 2008 com os Jogos Olímpicos de Pequim. Pouco mais de um ano depois do auge da crise, vislumbramos um período de forte crescimento econômico e, quiçá, uma evolução no quadro social brasileiro. Oxalá o novo governo, a ser eleito em 2010, avance nas conquistas, principalmente as de cunho social, elevando o padrão de vida dos brasileiros. Estamos otimistas para 2010. Que o ano represente o início de um novo ciclo de progresso, para a nova década, para um novo Brasil! * Sócio-diretor da De Biasi Auditores Independentes. |
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