VALDECARLOS ALVES do Blog da Folha e JÚLIA VERAS da Editoria de Grande Recife
O vice-governador João Lyra Neto (PDT) assumiu a Secretaria de Saúde de Pernambuco há 18 meses com a missão de reestruturar a complexa pasta e pretende revolucionar o setor no próximo ano, com a promessa do governador Eduardo Campos (PSB), que anunciou: “2010 será o ano da saúde”. O pedetista caruaruense sempre esteve na linha de tiro de entidades médicas e agora se vê como alvo principal de aliados de olho na sua vaga de vice. Lyra considera até “legítima” a reivindicação dos petistas, mas deixa claro, nesta entrevista à Folha de Pernambuco, que tem vários “trunfos” a seu favor em 2010: a confiança e afinidades pessoais, administrativas e políticas. “São pré-requisitos fundamentais para se montar uma chapa. Não é só substituir o companheiro de trabalho, mas tem que ter um vice que faça parte da equipe de trabalho e desempenhar missões dentro da visão administrativa do titular”, adiantou.
Existem alas dentro e fora do PT defendendo o direito de debater sobre a vaga de vice-governador nas eleições de 2010. Como o senhor vê essa discussão entre os aliados?
Vejo com maturidade e serenidade. Concordo plenamente com o governador Eduardo Campos de que as eleições serão discutidas em 2010. Acho legítima a reivindicação dos partidos e temos que ter muita tranquilidade para enfrentar essas questões.Qualquer partido tem o direito, mas cabe ao governador a coordenação da sua sucessão. Ele vai compor a chapa levando em consideração todos os partidos que fazem parte da base, as circunstâncias eleitorais... O vice é um companheiro de trabalho, tem que ter um contexto de confiança, afinidade pessoal e política. Além disso, tem acima de tudo a confiança administrativa para desempenhar missões que são definidas pelo governador.
Deve então prevalecer mais a confiança do governador com o candidato a vice do que o peso eleitoral de um partido na chapa majoritária?
Fundamentalmente a relação de confiança política e pessoal. São pré-requisitos fundamentais para se montar uma chapa. Não é só substituir o companheiro de trabalho, mas tem que ter um vice que faça parte da equipe de trabalho e desempenhar missões dentro da visão administrativa do titular. Hoje eu tenho não só uma relação política com o governador, mas uma relação de muita confiança pessoal.
O senhor se sente seguro de que irá continuar no cargo de vice-governador ao lado de Eduardo Campos?
Além de coordenar, no início do Governo, três áreas importantes: saúde, educação e segurança, agora estou desempenhando uma missão muito especial. Sou o primeiro vice-governador a assumir a pasta da Saúde, sou o primeiro secretário de Saúde que não é médico. Estou junto com o governador fazendo uma profunda reestruturação no setor em Pernambuco. Não é sem sentido que ele diz que 2010 será o ano da saúde pública em Pernambuco. Os resultados vão aparecer agora depois de 18 meses. Saio da secretaria em março por uma exigência legal, para que o meu nome fique disponível, não só dos partidos, mas principalmente para o governador. Mas continuo vice-governador. Se ele entender que eu deva fazer parte da chapa majoritária, iremos conversar. Seja qual for a decisão que ele tomar serei solidário. Pela conversa que nós temos, construímos um mandato de muito resultado e tenho certeza de que o saldo será positivo nessa composição da chapa que ele idealizou em 2006 e estamos concluindo em 2010.
O senhor já se sentiu ameaçado no cargo em algum momento?
Em nenhum momento. Sei o resultado das missões que me foram confiadas. Nunca conversamos sobre isso. Sei da importância da vice-governadoria na reeleição de Eduardo Campos. Ele tem amplas condições de ganhar a eleição. Eduardo é forte por si só. Claro que ninguém pode recusar apoio, mas o governador construiu a condição de ser um fortíssimo candidato à reeleição. A vice-governadoria para mim e para Eduardo não é um cargo para substituição eventual. Agora, nas circunstâncias de 2010 toma uma outra dimensão porque o vice vai ser um candidato com amplas condições de se reeleger. Se a política seguir as estatísticas, Eduardo sairá para disputar em 2014 um cargo majoritário estadual ou até mesmo um cargo nacional. Ele conquistou o direito político de disputar uma vice-presidência, a Presidência da República. É presidente nacional de um partido, o PSB, e se tornou uma das 100 personalidades políticas do País. Ele reeleito, o vice-governador se tornará governador em abril de 2014. Esse é um ingrediente a mais.
O PDT abriria mão da vice em 2010?
Não posso falar em nome do PDT. Sou apenas membro do partido e tem outras lideranças. Vou ser solidário à decisão de Eduardo Campos. O que ele decidir politicamente, terá legitimidade, competência e direito de escolher o seu vice-governador.
Que balanço o senhor faz desses 18 meses no comando da Secretaria de Saúde em Pernambuco?
O governador assumiu um compromisso em 2006 que era o enfrentamento na educação, segurança pública e saúde. Até os marqueteiros não queriam que ele assumisse esse compromisso. Eleito governador, e antes da posse, ele já se preocupava com isso. Havia a necessidade de uma profunda reestruturação. Estamos em momento da regionalização na saúde. Somos o sétimo estado brasileiro a implantar o sistema que visa diminuir a migração para a cidade. Temos 27 hospitais e a SES não tinha condições para gerenciar essas unidades. Em dezembro de 2008, reestruturamos o modelo de gestão dos seis grandes hospitais criando quatro gerências. Só o Hospital da Restauração custa mais de R$ 110 milhões por ano e não tinha um modelo de gestão eficiente. Estamos agora trabalhando em rede. Antigamente, cada hospital era como se estivesse desvinculado da unidade central. Não é fácil mudar uma cultura de 50 anos.
O Governo já entregou um hospital e faltam outros dois. Serão mesmo inaugurados até 2010?
O primeiro, nós fomos buscar um modelo que é das Organizações Sociais de Saúde (OSS) e que funcionam há mais de dez anos em outros estados. Se os meus antecessores não tiveram a decisão de buscar o modelo, eu fui buscar. Descobri que Curitiba era o melhor modelo do Brasil e fui lá várias vezes. Fui ver o modelo dos grandes hospitais públicos em seis estados brasileiros. Fui sozinho e com minha equipe também. Decidimos fazer essa experiência com a OSS. Construímos o Miguel Arraes e selecionamos uma entidade sem fins lucrativos, que é o (Instituto Materno Infantil de Pernambuco (Imip) e vamos selecionar mais duas para os outros dois hospitais (Dom Hélder e Pelópidas da Silveira). As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) são a grande novidade e não substitui nenhum equipamento municipal. Vem preencher um vazio assistencial que é de média e baixa complexidade com capacidade de atender até 500 pessoas por dia em cada unidade. Estamos construindo 12 unidades na Região Metropolitana. A pressão que nós sofremos de que estávamos privatizando a saúde é um tremendo equívoco. Estamos amparados pelas constituições Federal e Estadual. Ganhamos todos os embates jurídicos nos tribunais, inclusive no Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Mas existe uma quebra de braço entre as entidades médicas e o senhor...
É uma avaliação equivocada. Se o patrimônio é público, estamos amparados pela legislação e o atendimento é 100% SUS gratuito, onde é que está a privatização? Nós contratamos o Imip, que tem uma história relevante na saúde pública, assim como serão contratadas outras.
É uma briga política?
Tem um viés ideológico (por parte das entidades médicas) que está superado a nível nacional. Tem governos de todas as facções partidárias: o PT na Bahia e Sergipe, PSDB em São Paulo, PSB no Ceará, o PMDB no Paraná... Os cinco grandes êxitos do governo de Eduardo foram: equilíbrio fiscal, desenvolvimento econômico, reestruturação da educação, redução dos homicídios e agora um novo modelo de saúde pública. Não estamos tirando o direito de nenhum servidor, mas como gestores temos o direito de implementar novos modelos e agora chegou a vez da saúde.
As UPAS vão ter como garantir atendimento à população que procura as grandes emergências no Recife?
Esse é o grande avanço nesse novo modelo. Temos a atenção básica através dos PSF e postos de saúde e agora com as UPAS. Vão funcionar 24 horas e sete dias da semana e com algumas áreas de diagnóstico. Todas as unidades terão raios-X, laboratórios clínicos e leitos de observação. Terão salas vermelhas para pacientes acidentados e que serão transferidos para os hospitais. As UPAS só não vão fazer grandes cirurgias. Cada unidade custará R$ 4,5 milhões e os hospitais vão ficar em torno de R$ 80 milhões com equipamentos. Só aí teremos cerca de R$ 300 milhões investidos em todas essas obras. Ainda compramos da Celpe o novo prédio da Secretaria de Saúde, no Boné, foi necessário o investimento de R$ 4,5 milhões e iremos nos transferir em maio.
O TCE constatou diversos problemas operacionais no Hospital da Restauração, inclusive o descumprimento do regime de trabalho dos médicos. Como o senhor vê Essa questão?
O novo modelo de gestão não só das OSS, mas nos grandes hospitais, vai mudar isso. Existe uma cultura de não cumprir a carga horária contratada e está chegando a hora desse enfrentamento. Mas forte do que a questão salarial é a cultura. Como não tem controle disso, nada funciona. Nesse controle vai estar inserido o ponto digital para controlar as horas. Não se admite que um hospital do porte do HR não tenha um engenheiro de manutenção permanente. Médico não deve cuidar da parte física de um hospital. Cada um deve cuidar de sua missão. Não podemos atropelar as etapas. Vai chegar o momento que teremos o controle disso.
Houve omissão do Governo anterior com a saúde estadual?
Não quero responsabilizar esse ou aquele governo. A responsabilidade é histórica porque nenhum governo assumiu e teve a decisão do enfrentamento dessas questões cruciais da gestão pública pernambucana, independentemente de partido, de quem era o governador. Nunca um secretário de Saúde teve tanta autonomia e tanta força política e solidariedade do governador como agora.
Os grandes hospitais do Estado também poderão vir a ser gerenciados pelas OSS?
Alguns estados já estão fazendo isso. A necessidade é que irá determinar essa nova postura. Mas a decisão do governador ainda é manter esses hospitais com administração direta. Por isso que nós estamos investindo nesses hospitais.
O senhor teve uma paralisia facial provocada pelo estresse na pasta em acúmulo com a função de vice-governador. O senhor pensa em frear o ritmo?
O momento de maior estresse é provocado pela carga horária na Secretaria de Saúde. Chego a trabalhar entre 14 e 15 horas por dia. O estresse é um componente que proporciona essas viroses, mas não penso em parar e não tenho nenhum arrependimento nisso.
A sua filha, Raquel Lyra (PSB), vai disputar uma vaga na Assembleia em 2010. Em Caruaru a briga será grande. Como o senhor analisa o cenário?
Primeiramente, eles têm que entender que a prioridade é a reeleição de Eduardo Campos Vou trabalhar para que a gente tenha um federal com Wolney Queiroz e um estadual. É claro que não posso desvincular a questão de pai, mas isso não será determinante. Caruaru só irá eleger um com mais de 40 mil votos, desde que seja um único nome indicado pelo conjunto. Os três que estão postulando têm legitimidade (além de Raquel, a vereadora Laura Gomes/PSB e o empresário Douglas Cintra/PTB).(Folha de Pernambuco)
O vice-governador João Lyra Neto (PDT) assumiu a Secretaria de Saúde de Pernambuco há 18 meses com a missão de reestruturar a complexa pasta e pretende revolucionar o setor no próximo ano, com a promessa do governador Eduardo Campos (PSB), que anunciou: “2010 será o ano da saúde”. O pedetista caruaruense sempre esteve na linha de tiro de entidades médicas e agora se vê como alvo principal de aliados de olho na sua vaga de vice. Lyra considera até “legítima” a reivindicação dos petistas, mas deixa claro, nesta entrevista à Folha de Pernambuco, que tem vários “trunfos” a seu favor em 2010: a confiança e afinidades pessoais, administrativas e políticas. “São pré-requisitos fundamentais para se montar uma chapa. Não é só substituir o companheiro de trabalho, mas tem que ter um vice que faça parte da equipe de trabalho e desempenhar missões dentro da visão administrativa do titular”, adiantou.
Existem alas dentro e fora do PT defendendo o direito de debater sobre a vaga de vice-governador nas eleições de 2010. Como o senhor vê essa discussão entre os aliados?
Vejo com maturidade e serenidade. Concordo plenamente com o governador Eduardo Campos de que as eleições serão discutidas em 2010. Acho legítima a reivindicação dos partidos e temos que ter muita tranquilidade para enfrentar essas questões.Qualquer partido tem o direito, mas cabe ao governador a coordenação da sua sucessão. Ele vai compor a chapa levando em consideração todos os partidos que fazem parte da base, as circunstâncias eleitorais... O vice é um companheiro de trabalho, tem que ter um contexto de confiança, afinidade pessoal e política. Além disso, tem acima de tudo a confiança administrativa para desempenhar missões que são definidas pelo governador.
Deve então prevalecer mais a confiança do governador com o candidato a vice do que o peso eleitoral de um partido na chapa majoritária?
Fundamentalmente a relação de confiança política e pessoal. São pré-requisitos fundamentais para se montar uma chapa. Não é só substituir o companheiro de trabalho, mas tem que ter um vice que faça parte da equipe de trabalho e desempenhar missões dentro da visão administrativa do titular. Hoje eu tenho não só uma relação política com o governador, mas uma relação de muita confiança pessoal.
O senhor se sente seguro de que irá continuar no cargo de vice-governador ao lado de Eduardo Campos?
Além de coordenar, no início do Governo, três áreas importantes: saúde, educação e segurança, agora estou desempenhando uma missão muito especial. Sou o primeiro vice-governador a assumir a pasta da Saúde, sou o primeiro secretário de Saúde que não é médico. Estou junto com o governador fazendo uma profunda reestruturação no setor em Pernambuco. Não é sem sentido que ele diz que 2010 será o ano da saúde pública em Pernambuco. Os resultados vão aparecer agora depois de 18 meses. Saio da secretaria em março por uma exigência legal, para que o meu nome fique disponível, não só dos partidos, mas principalmente para o governador. Mas continuo vice-governador. Se ele entender que eu deva fazer parte da chapa majoritária, iremos conversar. Seja qual for a decisão que ele tomar serei solidário. Pela conversa que nós temos, construímos um mandato de muito resultado e tenho certeza de que o saldo será positivo nessa composição da chapa que ele idealizou em 2006 e estamos concluindo em 2010.
O senhor já se sentiu ameaçado no cargo em algum momento?
Em nenhum momento. Sei o resultado das missões que me foram confiadas. Nunca conversamos sobre isso. Sei da importância da vice-governadoria na reeleição de Eduardo Campos. Ele tem amplas condições de ganhar a eleição. Eduardo é forte por si só. Claro que ninguém pode recusar apoio, mas o governador construiu a condição de ser um fortíssimo candidato à reeleição. A vice-governadoria para mim e para Eduardo não é um cargo para substituição eventual. Agora, nas circunstâncias de 2010 toma uma outra dimensão porque o vice vai ser um candidato com amplas condições de se reeleger. Se a política seguir as estatísticas, Eduardo sairá para disputar em 2014 um cargo majoritário estadual ou até mesmo um cargo nacional. Ele conquistou o direito político de disputar uma vice-presidência, a Presidência da República. É presidente nacional de um partido, o PSB, e se tornou uma das 100 personalidades políticas do País. Ele reeleito, o vice-governador se tornará governador em abril de 2014. Esse é um ingrediente a mais.
O PDT abriria mão da vice em 2010?
Não posso falar em nome do PDT. Sou apenas membro do partido e tem outras lideranças. Vou ser solidário à decisão de Eduardo Campos. O que ele decidir politicamente, terá legitimidade, competência e direito de escolher o seu vice-governador.
Que balanço o senhor faz desses 18 meses no comando da Secretaria de Saúde em Pernambuco?
O governador assumiu um compromisso em 2006 que era o enfrentamento na educação, segurança pública e saúde. Até os marqueteiros não queriam que ele assumisse esse compromisso. Eleito governador, e antes da posse, ele já se preocupava com isso. Havia a necessidade de uma profunda reestruturação. Estamos em momento da regionalização na saúde. Somos o sétimo estado brasileiro a implantar o sistema que visa diminuir a migração para a cidade. Temos 27 hospitais e a SES não tinha condições para gerenciar essas unidades. Em dezembro de 2008, reestruturamos o modelo de gestão dos seis grandes hospitais criando quatro gerências. Só o Hospital da Restauração custa mais de R$ 110 milhões por ano e não tinha um modelo de gestão eficiente. Estamos agora trabalhando em rede. Antigamente, cada hospital era como se estivesse desvinculado da unidade central. Não é fácil mudar uma cultura de 50 anos.
O Governo já entregou um hospital e faltam outros dois. Serão mesmo inaugurados até 2010?
O primeiro, nós fomos buscar um modelo que é das Organizações Sociais de Saúde (OSS) e que funcionam há mais de dez anos em outros estados. Se os meus antecessores não tiveram a decisão de buscar o modelo, eu fui buscar. Descobri que Curitiba era o melhor modelo do Brasil e fui lá várias vezes. Fui ver o modelo dos grandes hospitais públicos em seis estados brasileiros. Fui sozinho e com minha equipe também. Decidimos fazer essa experiência com a OSS. Construímos o Miguel Arraes e selecionamos uma entidade sem fins lucrativos, que é o (Instituto Materno Infantil de Pernambuco (Imip) e vamos selecionar mais duas para os outros dois hospitais (Dom Hélder e Pelópidas da Silveira). As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) são a grande novidade e não substitui nenhum equipamento municipal. Vem preencher um vazio assistencial que é de média e baixa complexidade com capacidade de atender até 500 pessoas por dia em cada unidade. Estamos construindo 12 unidades na Região Metropolitana. A pressão que nós sofremos de que estávamos privatizando a saúde é um tremendo equívoco. Estamos amparados pelas constituições Federal e Estadual. Ganhamos todos os embates jurídicos nos tribunais, inclusive no Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Mas existe uma quebra de braço entre as entidades médicas e o senhor...
É uma avaliação equivocada. Se o patrimônio é público, estamos amparados pela legislação e o atendimento é 100% SUS gratuito, onde é que está a privatização? Nós contratamos o Imip, que tem uma história relevante na saúde pública, assim como serão contratadas outras.
É uma briga política?
Tem um viés ideológico (por parte das entidades médicas) que está superado a nível nacional. Tem governos de todas as facções partidárias: o PT na Bahia e Sergipe, PSDB em São Paulo, PSB no Ceará, o PMDB no Paraná... Os cinco grandes êxitos do governo de Eduardo foram: equilíbrio fiscal, desenvolvimento econômico, reestruturação da educação, redução dos homicídios e agora um novo modelo de saúde pública. Não estamos tirando o direito de nenhum servidor, mas como gestores temos o direito de implementar novos modelos e agora chegou a vez da saúde.
As UPAS vão ter como garantir atendimento à população que procura as grandes emergências no Recife?
Esse é o grande avanço nesse novo modelo. Temos a atenção básica através dos PSF e postos de saúde e agora com as UPAS. Vão funcionar 24 horas e sete dias da semana e com algumas áreas de diagnóstico. Todas as unidades terão raios-X, laboratórios clínicos e leitos de observação. Terão salas vermelhas para pacientes acidentados e que serão transferidos para os hospitais. As UPAS só não vão fazer grandes cirurgias. Cada unidade custará R$ 4,5 milhões e os hospitais vão ficar em torno de R$ 80 milhões com equipamentos. Só aí teremos cerca de R$ 300 milhões investidos em todas essas obras. Ainda compramos da Celpe o novo prédio da Secretaria de Saúde, no Boné, foi necessário o investimento de R$ 4,5 milhões e iremos nos transferir em maio.
O TCE constatou diversos problemas operacionais no Hospital da Restauração, inclusive o descumprimento do regime de trabalho dos médicos. Como o senhor vê Essa questão?
O novo modelo de gestão não só das OSS, mas nos grandes hospitais, vai mudar isso. Existe uma cultura de não cumprir a carga horária contratada e está chegando a hora desse enfrentamento. Mas forte do que a questão salarial é a cultura. Como não tem controle disso, nada funciona. Nesse controle vai estar inserido o ponto digital para controlar as horas. Não se admite que um hospital do porte do HR não tenha um engenheiro de manutenção permanente. Médico não deve cuidar da parte física de um hospital. Cada um deve cuidar de sua missão. Não podemos atropelar as etapas. Vai chegar o momento que teremos o controle disso.
Houve omissão do Governo anterior com a saúde estadual?
Não quero responsabilizar esse ou aquele governo. A responsabilidade é histórica porque nenhum governo assumiu e teve a decisão do enfrentamento dessas questões cruciais da gestão pública pernambucana, independentemente de partido, de quem era o governador. Nunca um secretário de Saúde teve tanta autonomia e tanta força política e solidariedade do governador como agora.
Os grandes hospitais do Estado também poderão vir a ser gerenciados pelas OSS?
Alguns estados já estão fazendo isso. A necessidade é que irá determinar essa nova postura. Mas a decisão do governador ainda é manter esses hospitais com administração direta. Por isso que nós estamos investindo nesses hospitais.
O senhor teve uma paralisia facial provocada pelo estresse na pasta em acúmulo com a função de vice-governador. O senhor pensa em frear o ritmo?
O momento de maior estresse é provocado pela carga horária na Secretaria de Saúde. Chego a trabalhar entre 14 e 15 horas por dia. O estresse é um componente que proporciona essas viroses, mas não penso em parar e não tenho nenhum arrependimento nisso.
A sua filha, Raquel Lyra (PSB), vai disputar uma vaga na Assembleia em 2010. Em Caruaru a briga será grande. Como o senhor analisa o cenário?
Primeiramente, eles têm que entender que a prioridade é a reeleição de Eduardo Campos Vou trabalhar para que a gente tenha um federal com Wolney Queiroz e um estadual. É claro que não posso desvincular a questão de pai, mas isso não será determinante. Caruaru só irá eleger um com mais de 40 mil votos, desde que seja um único nome indicado pelo conjunto. Os três que estão postulando têm legitimidade (além de Raquel, a vereadora Laura Gomes/PSB e o empresário Douglas Cintra/PTB).(Folha de Pernambuco)
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