quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

"Contra Jarbas a vitória é melhor"

O secretário estadual de Educação, Danilo Cabral (PSB), revelou que deseja ver a disputa entre o governador Eduardo Campos (PSB) e o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) pelo Governo do Estado, no pleito do ano que vem. Esbanjando confiança, o socialista aposta que o confronto “vai ser ganho” por Campos e dispara contra o rival histórico do seu grupo. “Queremos Jarbas como candidato. Mas ele não vai ter coragem”. Nesta entrevista, concedida ontem à Rádio Folha FM 96,7, ele ainda fala sobre a possibilidade de disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados e lança críticas à postura da oposição no Estado. “As críticas feitas têm um conteúdo eleitoral”, enfatiza. O secretário ainda faz um balanço das ações na Educação e aponta melhorias nas condições oferecidas aos alunos da rede estadual.
JARBAS
O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) é o candidato que queremos para fazer o debate entre as duas gestões. Os seus oito anos de governo e a atual gestão. Falo como militante do Partido Socialista Brasileiro, o PSB. Há um imenso desejo de que o candidato da oposição seja ele. Não sei se ele tem coragem cívica como teve o ex-governador (falecido) Miguel Arraes, que, em 1998 disputou a eleição mesmo sabendo que deveria perder. Entrou por conta do projeto. Acho que o senador não terá essa coragem! De fazer o debate entre as duas gestões. Para saber se a população quer a educação do jeito que estava... Com a educação com problemas, escolas com teto caindo; a segurança pública deficitária, a saúde sem solução... É o debate que todos do PSB querem fazer. Queremos Jarbas como candidato. Mas ele não vai ter coragem, porque sabe que o povo fará o julgamento.
OUTRO CANDIDATO
Caso seja um outro candidato, as pesquisas apontam uma diferença percentual ainda maior. A última realizada do Instituto Datafolha, inclusive, aponta isso. Porém, é prematuro fazer qualquer avaliação sobre a possibilidade de crescimento de qualquer candidato e isto inclui o senador Jarbas Vasconcelos. Não se pode dizer como será no final da eleição. O que dá para dizer agora é do cenário que está montado. E nele, o governador Eduardo Campos tem uma boa diferença para os possíveis candidatos.
CONFIANÇA
O que se tem são os resultados das pesquisas, que apontam o senador Jarbas como o nome mais forte da oposição, como aquele que tem o maior percentual deles, mas mesmo assim distante do governador Eduardo Campos. Vamos ganhar a eleição de qualquer jeito. Quem quer ganhar não escolhe adversário. E, se for Jarbas, a vitória terá um gostinho melhor.
DEPUTADO FEDERAL
Nós ainda vamos definir isso com o governador Eduardo Campos. Faço política em conjunto. Se eu realmente vou ser candidato a deputado federal, só deve ser definido no ano que vem. No momento, tenho que trabalhar para alcançar as metas traçadas para a educação. Melhorar os índices do setor no Estado. Se o partido entender que eu devo, eu disputarei.
DESEJO
Tem que ter vontade para disputar a eleição. Se não houver, não pode disputar. Mas essa decisão é para o ano que vem.
SAÍDA DO CARGO
O momento em que os secretários que irão disputar cargo eletivo, no ano que vem, deixarão o Governo será decidido apenas pelo governador Eduardo Campos. Essa questão quem vai definir é ele. Não é secretário quem escolhe. Secretário não tem que preferir nada. Se vai ser em fevereiro ou em abril, do ano que vem, ainda será definido. Eu soube dessa nova possibilidade de ser em fevereiro pela Imprensa. Mas isso não interfere em nada, porque há um modelo de gestão que independe de secretários. Existe uma política de governo, que monitora as ações e as metas que devem ser atingidas por cada área.
OPOSIÇÃO
Não vou fulanizar esse debate, falando de deputada (Terezinha Nunes - PSDB) ou de determinado líder da oposição (Augusto Coutinho - DEM). Eles estão numa tentativa de achar um discurso, da mesma forma que a oposição no nível nacional. Não apresentam projeto político para o Brasil, nem para Pernambuco. Primeiro, apontaram para a educação e foi aquele monte de críticas, de ataques. Depois, foram para a segurança pública, mas o governador Eduardo Campos, com o Pacto Pela Vida, conseguiu obter bons resultados. A violência está diminuindo. O Governo alcançou a meta de diminuir que foram estabelecidas, os homicídios caíram 12%. Em seguida, foram para a saúde, que hoje já é página virada. O governador entregou o Hospital Metropolitano Norte Miguel Arraes e vai entregar o Hospital Dom Hélder em março ou abril. No começo do ano, vai inaugurar mais quatro UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). O Governo tem uma aprovação de quase 80%. A oposição fica mudando de assunto porque não sabe o que falar. As críticas feitas tem um conteúdo eleitoral. Tentam contaminar, confundir a população.
CPI DAS FESTAS
Ao contrário do que pregam, o Governo do Estado não é contra a instalação de uma CPI para investigar as festas realizadas no Interior do Estado. Se é para investigar, será investigado.
MARATONAS
São práticas do Governo Eduardo Campos que têm dupla finalidade: primeiro, na entrega de ações da gestão nas cidades visitadas e depois para ouvir a população. Estreitar a relação do Governo e dos secretários com as pessoas desses municípios. Não é um evento político, é administrativo. O governador foi eleito com uma diferença superior a 1,2 milhão de votos, numa eleição histórica, mas não poderia governar apenas do jeito que entendesse. Tinha que ouvir a população. Ela tem pressa e quer ver trabalho. E, por isso, o governador tem que visitar o Estado inteiro. Chegamos a cerca de 130 municípios este ano e iremos a outros no início do ano que vem. Em outras gestões, a população só via o governador em propaganda. É preciso que eles vejam que o governador é um cidadão comum, alguém de carne e osso, alguém que escuta as demandas. Tem uma cidade que nunca recebeu a visita de um governador, nem de candidatos a governo. Isto porque é de difícil acesso, é distante. É Santa Filomena. Uma cidade com 15 mil habitantes, mas com um território grande. E o governador Eduardo Campos visitou, conheceu as demandas da população. Esteve lá.
ORÇAMENTO
Batemos recorde de investimentos na educação do Estado. Em 2009, foram investidos cerca de R$ 2 bilhões. O que representa 27 % do orçamento do Governo. Por lei, é exigido a destinação de 25% do orçamento para a educação, mas estamos indo além. As outras gestões aplicavam os 25% na continha. Não passavam. Mas temos a preocupação, o compromisso com a educação. E não só falamos, não só discursamos. Nós colocamos em prática. Para 2010 o estimado é um investimento também recorde de R$ 2,3 bilhões.
MODELO DE GESTÃO
A nossa gestão cobra resultados... Planeja, executa, avalia e corrige. Havia um delay grande na avaliação do ensino em Pernambuco. Era avaliado a cada dois anos com o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), o que não permitia grandes mudanças no que vinha sendo desenvolvido. Mudamos isso e, hoje, a avaliação é anual. Com o Sistema de Avaliação da Educação de Pernambuco (SAEPE), que implantamos, é possível estabelecer metas e acompanhar o cumprimento delas, criar planos de ação por escola. E com cumprimento dessas metas, os profissionais são beneficiados com o recebimento de um 14ª salário. É um bônus que estamos garantindo. Este ano,18 mil funcionários tiveram acesso a esse bônus. Foram R$ 30 milhões destinados pelo Estado e o valor já está empenhado para o ano que vem. Já está programado. Não vai ter essa história de quando chegar a hora vamos ver se tem, não. Está assegurado.
PARCERIA
No nosso acompanhamento dos resultados, estamos avaliando e acompanhando também o rendimento dos alunos das escolas municipais. Estabelecendo parcerias, porque depois o Estado vai receber esse aluno que vem do município. E temos que trabalhar para não herdar as deficiências. É preciso investir e trocar essas informações com os municípios. Para melhor o resultado final da educação em Pernambuco.
INVESTIMENTOS
Fomos o primeiro governo estadual a pagar o piso salarial aos professores, enquanto os outros ainda discutem isso. Foram R$ 300 milhões investidos. O que já abre a discussão com o sindicato dos educadores sobre a criação de um teto. É um debate que virá em seguida por conta da iniciativa, mas que a gente estará pronto para fazer. Recuperamos a estrutura física da rede. Mais de 70 escolas estavam com problemas na parte física, algumas estavam com os tetos caindo. Na primeira Bienal, em 2007, oferecemos bônus aos professores para que eles pudessem comprar livros, oferecemos bônus para que as bibliotecas, inclusive, a do Estado, também investisse e ampliasse o seu acervo. Em 2009, ampliamos isso para os servidores administrativos do Estado. Eles também ganharam um bônus. Foram R$ 11 milhões investidos nesse momento. Fomos os primeiros a entregar computadores para os professores. Enquanto alguns descontaram dos salários, nós investimos. Isso é investir no pessoal.
ENTREGA DE KITS
O Estado tem feito um conjunto de investimentos para fazer chegar o kit escolar para todas as crianças matriculadas na rede. Para fazer chegar a merenda para todos. Parece algo simples para aquele que tem seu filho matriculado em uma escola da rede particular, mas não é. É fundamental. Principalmente para quem é do Interior. Antes esse tipo de ação não era destinado para todos os alunos. Hoje, o Estado trata todos de forma igual.
ESCOLA INTEGRAL
A educação de tempo integral é hoje uma grande bandeira no Brasil. É algo que todos defendem. Aqui em Pernambuco, pegamos, no início do nosso governo, em 2007, 13 escolas com esse perfil e temos agora 103 integrais. Antes, apenas algo em torno de quatro mil alunos eram beneficiados. Hoje, mais de 150 mil jovens do Estado de Pernambuco estão estudando em escolas como essas. E, no ano que vem, serão160 escolas integrais. Com esse tipo de estrutura, o jovem sai da escola com sua iniciação ao mercado de trabalho, devido as atividades que são oferecidas. O estudante tem uma série de atividades complementares ao ensino regular. Em gestões anteriores, era um modelo para poucos, era elitista. Antes, se tinha seleção para que o estudante ingressasse numa escola de tempo integral. Agora, é possível a todos. Em 103 municípios do Estado, existem escolas com esse formato. Em todas as regiões. Procuramos fazer para todos e não apenas projetos-pilotos, muito bonitinhos que só beneficiam a poucos.
EFEITOS DA CRISE
O ano de 2009 foi bom. O Brasil entrou e saiu fortalecido da crise econômica. Enfrentou melhor do que outros países das Américas e também da Europa. Não foi a marolinha que o presidente Lula (PT) falou, mas também não foi o tsunami que a oposição propagou. Essa crise, que começou em 2008, alterou um pouco o planejamento do Governo para 2009. Mas não houve contigenciamento do orçamento. Houve capacidade do governador Eduardo Campos para garantir mais investimentos externos para Pernambuco com articulação para obter mais recursos junto ao Governo Federal. Fechamos o ano com um crescimento três vezes maior que o do Brasil. A crise mostrou que o crescimento só deve ser responsável com o investimento na mão de obra qualificada. Não basta falar, é preciso mudança de atitude. Pernambuco vai crescer mais que o Nordeste e vai estar na cabeça dos Estados que mais cresceram neste ano.(Folha de Pernambuco)

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