quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

João Paulo abre mão do senado

Um mês e cinco dias após ter ido ao Palácio do Campo das Princesas entregar sua carta de exoneração, o ex-secretário de Articulação Regional, João Paulo (PT), voltou à sede do Governo, ontem, para almoçar com o governador Eduardo Campos (PSB). Durante duas horas e meia, os dois conversaram a portas fechadas. Ao final, só faltaram jurar que não trataram da eleição em Pernambuco, lançando mão de um amontoado de frases feitas que eles, normalmente, dizem quando questionados sobre o assunto. Depois de ratificar para a Imprensa que “2010 só (no final o primeiro semestre) de 2010”, Eduardo saiu de cena. João reafirmou que sua intenção é disputar mandato federal porque não encontra no PT um cenário favorável para disputar o Senado.

Ao sair da secretaria alegando motivos pessoais e uma suposta ingerência do secretário da Casa Civil, Ricardo Leitão, João Paulo criou um mal-estar no Governo. A “bomba” estourou no dia 20 de novembro, no início da última maratona do socialista pelo Interior. Sábado passado, o ex-prefeito esteve na confraternização de final de ano que o governador organizou em sua residência, mas o convite para a conversa, segundo João Paulo, aconteceu na última segunda-feira.

“Sempre fui um homem de projeto. A saída do Governo não alterou a minha relação de anos com Eduardo. Não abandonei o projeto. Foi tranquila a minha saída. Saí em função de uma visão que tenho de como se dá a relação com o poder. Não conversamos sobre eleição em Pernambuco”, destacou João Paulo, que assegurou que concorrerá a deputado federal no ano que vem. “Está mantida a minha candidatura para federal, não tem condições para o Senado. Não tenho o controle do partido, que já sinalizou outro caminho. O PT já tem uma decisão”, destacou.

O ex-secretário voltou a dizer que foi o presidente Lula que aventou a possibilidade de ele se lançar na corrida pela Casa Alta. “Mas isso criou muita divergência interna aqui”, admitiu... “Sou rebelde em função dos princípios. A hierarquia do partido eu respeito”, afirmou.

Eduardo Campos utilizou seu famoso mantra para responder as perguntas. “Continuamos com a nossa máxima que vocês não aguentam mais ouvir. Nós só trataremos de política ao final do primeiro semestre de 2010. Discutimos aqui o cenário nacional, do ponto de vista da evolução. No prazo certo estaremos unidos e com capacidade para tomar decisões”, desconversou.(Folha de Pernambuco)

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