terça-feira, 29 de setembro de 2009

Marco Maciel lança livro com presença de FHC



FHC ainda aguarda aliança com PMDB
No Recife, ex-presidente também disse que Lula precipitou o pleito de 2010
LANÇAMENTO do livro de Marco Maciel foi prestigiado pelo tucano, ontem
Renata Bezerra de Melo
A reunião de peças relevantes da oposição, ontem, no lançamento do livro “Política das Ideias” do senador Marco Maciel (DEM) - no Arcádia do Paço Alfândega - tornou inevitável que o tema 2010 ganhasse a pauta. De passagem pelo Recife, especificamente para prestigiar o evento, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) teceu considerações sobre a hipótese de formação de uma chapa presidencial puro-sangue tucana, os arranjos do PMDB com a ala oposicionista e o papel do presidente Lula (PT) no envolvimento da crise de Honduras.
FHC considerou que uma possível composição homogênea tucana na chapa presidencial dependerá das circunstâncias futuras. “Só na hora que a gente vai poder saber. Só conversando com os aliados, ninguém pode impor uma chapa”, pontuou. Ele disse trabalhar com a expectativa de que “setores do PMDB dispostos a uma política de princípios” apoiem a candidatura presidencial do PSDB. “José Serra foi candidato do PMDB da última vez, né? Há setores do PMDB que não estão gostando do modo como está se dando a aliança atual com o Governo que é muito baseada em toma lá da cá”, registrou.
O presidente Lula, em sua avaliação, precipitou-se ao lançar “candidato (a ministra Dilma Rousseff) antes da hora”. “Está aí o nome dela e, pelo jeito, o balão não sobe. Mas é cedo para saber se, de repente, vem um tufão e levanta. Mas, por isso mesmo, temos que estar com as barbas de molho”, assinalou Fernando Henrique.
Embora o tema eleições tenha dominado as conversas, Marco Maciel tratou logo de descartar que a solenidade representasse o pontapé inicial de sua campanha à reeleição para o Senado. Ele preferiu classificar o ato como um exercício de pedagogia cívica. “Quem faz vida pública tem que manter permanente diálogo com a sociedade, buscando alternativas para o País. A grande matéria-prima da Política é a palavra, e impressa tem um peso maior ainda”, assinalou. Indiretamente, sugeriu a importância de se rememorar o legado deixado pelo Governo FHC, anterior ao de Lula.
“Espero que através desse debate nós possamos pensar o futuro, tendo presente que o futuro tem um coração antigo. Isto é: que não se pode pensar o futuro sem olhar para o passado”, considerou Maciel, levando em conta os avanços propiciados pela implementação do Plano Real durante a presidência tucana. “Avançamos com a nova Consituição, avançamos com o Plano Real. Com essas duas grandes conquistas, nós podemos aspirar agora ter um País homogeamente desenvolvido e com interlocução cada vez maior no mundo que se globalizou”, ressaltou.


Folha de Pernambuco

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