"Apesar da crise mundial, a Edição Brasil 2009 do Concurso Mundial de Bruxelas conseguiu agregar a maior quantidade de vinhos e destilados de todas as seis edições, trazendo uma grande variedade para a avaliação dos jornalistas brasileiros e estrangeiros"; ressaltou Eduardo Viotti, um dos coordenadores do evento, que acontece pela segunda vez no Nordeste e pela primeira vez no Vale do São Francisco.
Dez jornalistas brasileiros e oito estrangeiros, de países como Inglaterra, Bélgica, República Tcheca, Argentina, Itália, Alemanha, Portugal e Estados Unidos provam e analisam às cegas, desde a última quinta-feira (10) no JB Hotel, em Petrolina/PE, 142 amostras de vinhos finos (tintos, brancos, rose e espumantes) de 42 vinícolas brasileiras e 40 destilados (cachacas, grappas e conhaques) de 12 empresas, também do Brasil.
De acordo com Eduardo Viotti, a escolha da região como sede do Concurso foi devido às suas peculiaridades. "Para se produzir vinhos, precisamos apenas de um bom solo e bastante sol, algo encontrado aqui durante todo o ano. Além disso, trata-se da segunda maior região produtora do país, com vinhos de qualidade ascendente. O Vale possui um grande potencial que precisa apenas de um empurrãozinho para despontar em todo o mundo", disse.
Para o enólogo, o Vale já caiu no gosto dos estrangeiros. "Eles ficam maravilhados tanto com a nossa produção quanto pelo clima e beleza naturais encontrados na região. Como jornalistas, divulgarão suas opiniões positivas em seus países - que é o grande intuito desse Concurso, ser uma ferramenta de marketing para as empresas participantes", declarou Viotti.
A jornalista inglesa Lilyane Weston, especializada em vinhos há mais de 40 anos e ligada à Federação Internacional de Jornalistas de Vinhos, mostrou-se encantada com a vitivinicultura da região. "Na Inglaterra em várias outras regiões produtoras, o clima é bastante instável e nunca sabemos se a única colheita do ano dará bons vinhos. Com o clima encontrado no Vale, é possível produzir o ano todo, e num mesmo vinhedo dá para ver uvas e vários estágios de maturação. É incrível", afirmou a jornalista.
Todas as vinícolas do Vale tiveram exemplares inscritos no Concurso Mundial. Algumas empresas, inclusive, estão participando pela primeira vez da competição. “Há uma grande expectativa entre as vinícolas da região”, revelou o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Eventos de Petrolina Domingos Sávio, que prevê grande visibilidade para o Roteiro do Vinho - Vale do São Francisco após a realização do Concurso.
“Temos grandes chances de termos a nossa produção premiada, mas é a região em si quem mais ganha por sediar uma competição como essa, em que jornalistas/jurados vão promover a região como novo destino enoturístico não apenas para os brasileiros, mas em todo mundo. É uma luta de muitos anos de instituições como Sebrae, Assitur e Prefeituras, e creio que chegou o momento do colher bons frutos”, declarou Domingos Sávio, que também é vice-prefeito do município.
Para o enólogo e consultor do Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN), Leocir Bottega, quem mais ganha com o Concurso Mundial de Bruxelas e os outros que acontecem no Brasil, é o consumidor. “Ele vai poder conhecer quais são os vinhos que se destacam e se beneficiar da competição saudável, gerada por esses eventos”. Leocir Bottega crê que o vinho do Brasil ganhará ainda mais competitividade no mercado externo quando o próprio brasileiro passar a conhecer e consumir a bebida. “Fizemos algumas pesquisas de mercado e já estamos realizando diversas campanhas para tornar o consumo um hábito entre toda a população”, informou.
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