Hoje faz exatamente 30 anos que Arraes falou aos pernambucanos pela primeira vez após um exílio de 14 anos. Foi no largo da feira de Santo Amaro, no Recife, durante manifestação política a que compareceram os principais líderes de oposição ao governo militar: Lula, Pedro Simon, Darcy Ribeiro, Teotônio Vilela, etc. Retornou disposto a reaver o mandato, interrompido pelo golpe de 64, porém não usou sua condição de vítima para se colocar de novo como candidato. “Meu mandato (de governador) eu cumpri na prisão e no exílio e se vier a ser candidato novamente será em função de outras circunstâncias”, disse ele.
As tais “outras circunstâncias” seriam as eleições de 82 para o governo estadual, a primeira pelo voto direto após a tomada do poder pelos militares. Arraes balançou-se para ser candidato mas a vaga no PMDB já estava reservada para o então senador, Marcos Freire, que ocupara o espaço da oposição, ao tempo em que ele se encontrava no exílio, juntamente com Jarbas Vasconcelos, Fernando Lyra, Armando Monteiro Filho, Egídio Ferreira Lima e outros. Arraes só conseguiu voltar ao governo em 86. Mas o plano de chegar à presidência da República que ele supostamente alimentava não encontrou guarida nas esquerdas. Nem ele nem Brizola realizaram este sonho, embora fossem os dois únicos líderes de massa do país alcançados pela anistia de 79.
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