sábado, 14 de março de 2009

Geddel cobra nomes a Jarbas




Um dos principais interlocutores do PMDB junto ao Governo Federal, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), cobrou do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) que o pernambucano aponte mais nomes de peemedebistas que ele considera corruptos. Na entrevista que segue, concedida após vistoria nas obras da Transposição do Rio São Francisco, Geddel Vieira revelou não acreditar - ao contrário de Jarbas - que o PMDB seja corrupto. “Não vejo instituições corruptas (...) O que você pode ter são pessoas que não sejam dignas dessas instituições”, ponderou. Apesar de sua já declarada pré-candidatura ao Governo da Bahia, o ministro também condenou a antecipação do debate eleitoral, afirmando que, ao fazer isso, os políticos estão prestando um desserviço ao País.


Jarbas Vasconcelos




Acho que o senador Jarbas tem todo o direito de fazer sua manifestação, de emitir sua opinião. Agora, eu não creio em instituições corruptas. Eu não vejo instituições corruptas. Você não pode dizer que a Polícia Militar, que o Senado Federal, que o partido político seja corrupto. Até porque as instituições se sobrepõem às pessoas. O que você pode ter são pessoas que não sejam dignas dessas instituições. Evidentemente que me incluo entre os que prefeririam que o senador Jarbas Vasconcelos apontasse nomes e casos específicos até para que nós juntos pudéssemos nos unir, apurar e punir, até com a expulsão do partido se fosse o caso.


Debate antecipado




O que estou observando é que há uma antecipação muito grande desse debate eleitoral. O Brasil vive um momento de dificuldade econômica, dentro desse contexto internacional. Muitas obras estão sendo realizadas. E acreditem, ou não acreditem, a minha preocupação atual é mostrar, sobretudo ao Nordeste e à Bahia, de forma particular, que existe toda uma geração de brasileiros, na qual eu me incluo, que tem capacidade de gestão. De fazer as obras acontecerem, tirá-las do papel. E isso não se mistura com campanha política para mim, agora.


Viagens




São absolutamente naturais as viagens que os governadores tucanos José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas Gerais, têm feito pelo País com o intuito de se credenciarem na corrida pelo Palácio do Planalto. A ministra Dilma também, que se fala que pode ser candidata do Governo... Ela está viajando para visitar obras. Eu pessoalmente creio que é um equivoco antecipar o debate eleitoral, porque quando você antecipa o debate eleitoral traz a paixão para a discussão. E ao trazer a paixão para discussão, você termina colocando escuridão na vista de todo mundo, sobretudo no momento em que tem crise econômica a ser solucionada, obras a serem concluídas, unidades de tudo o que for possível para evitar que se avance uma onda de desemprego, que tem criado dificuldades nos Estados Unidos e na Europa, que não chegue com tanta força no Brasil. Portanto eu acho que antecipar a discussão eleitoral agora, por mais natural que seja, é um desserviço ao País. Você viajar, trabalhar é um papel importante do homem público, sobretudo aqueles que estão exercendo funções de decisão. Agora, você transformar isso numa antecipação de palanque é um equívoco, sobretudo no momento em que o Brasil vive. A contribuição que eu posso dar é no que diz respeito às minhas legítimas ambições pessoais. Os meus legítimos projetos pessoais eu retardarei o máximo que puder porque acho que, dessa forma, estarei contribuindo mais para a Bahia e para o Brasil.


Governo da Bahia




Evidentemente que se eu dissesse a você que um homem público que faz política por vocação não tenciona, não deseja governar seu estado, eu seria um mentiroso. Mas isso não é uma obsessão de vida. É uma convicção que eu tenho que poderia contribuir para o desenvolvimento da Bahia pela visão que tenho para levar meu estado ao desenvolvimento. Mas até isso será discutido na hora oportuna, no momento certo, que certamente não é agora. Agora é hora de tirar a obra do papel, de fazer as pessoas acreditarem que há uma geração de brasileiros comprometidas com o desenvolvimento.


Vice-presidência




Eu não faço pré-campanha nem campanha para vice. Vice é uma escolha do candidato. Essa não é uma postulação. Você postula ser governador, ser senador. Você postula até ser presidente da República, à vice não. Não é cargo que se postule, nem para o qual se faça campanha. Acho que essa composição será discutida no momento oportuno com meu partido, que sequer definiu, ainda, que posição que terá em 2010. Então nós temos que aguardar.




Folha de Pernambuco

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