O governador Eduardo Campos (PSB) encerra hoje sua maratona pelo Sertão pernambucano com passagem por 33 municípios. Bombardeado pela oposição ao longo da semana, que acusou de estar fazendo “turismo” pela região, o socialista garante que as críticas não mudarão sua forma de agir. “O importante é perguntar ao povo do Sertão o que ele acha desse processo”, provocou. Nesta entrevista exclusiva, concedida na van que o transportava de Santa Cruz a Santa Filomena, Eduardo Campos fez uma avaliação positiva do périplo sertanejo. Contou que conseguiu, em poucos dias, entregar obras de pequeno e grande portes, além de inspecionar outros empreendimentos que ele considera fundamental para o Estado, a exemplo da transposição do Rio São Francisco e da Adutora do Oeste.
O senhor tem dito que a maratona pelo Sertão funciona, também, para que as pessoas lhe relatem diretamente os problemas. Isso funcionou? Nós instituímos no modelo de gestão os conselhos municipais do Todos Por Pernambuco e os conselhos regionais. Ao longo dessa nossa viagem, fizemos a instalação de dois conselhos regionais: o de Itaparica (em Petrolândia) e o do São Francisco, em Afrânio. E fizemos a reunião do Consórcio do Araripe. Esses são os instrumentos formais institucionais para que o modelo seja alimentado de informação local, e o controle social se efetive. Mas é fundamental que, nessas caminhadas, a gente fale diretamente com a população. Inclusive, é um instrumento onde a gente checa a consistência e a legitimidade das demandas que são colocadas e outras, que, às vezes falham. Como é que esta caminhando determinado serviço da estação rural, na escola. As pessoas passam informações, apresentam sugestões. Isso é insubstituível.
Qual o balanço que o senhor faz dessa primeira visita ao sertão?
Foi um regime de trabalho intenso, com grande resultado. De um lado, nós já chegamos entregando obras que foram definidas no Todos Por Pernambuco. Obras que eram reclamadas e sonhadas há muito tempo. Conseguimos fazer o acompanhamento de outras obras que estamos fazendo: abastecimento de água, reforma de escolas, questão de estradas, de desenvolvimento local mesmo. E, ao mesmo tempo, também deu para ver as grandes obras da adutora, da transposição, da própria obra da Trasnordestina. Obras viárias grandes como a PE-555. Acho que foi uma viagem coroada de êxito, com participação também da população nas atividades, pelo entusiasmo da população que vê que a gente não está fazendo tudo porque em quatro anos não se pode fazer tudo. Mas que nós estamos fazendo muito mais do que era a expectativa e estamos fazendo na direção daqueles que mais precisam.
Foi um regime de trabalho intenso, com grande resultado. De um lado, nós já chegamos entregando obras que foram definidas no Todos Por Pernambuco. Obras que eram reclamadas e sonhadas há muito tempo. Conseguimos fazer o acompanhamento de outras obras que estamos fazendo: abastecimento de água, reforma de escolas, questão de estradas, de desenvolvimento local mesmo. E, ao mesmo tempo, também deu para ver as grandes obras da adutora, da transposição, da própria obra da Trasnordestina. Obras viárias grandes como a PE-555. Acho que foi uma viagem coroada de êxito, com participação também da população nas atividades, pelo entusiasmo da população que vê que a gente não está fazendo tudo porque em quatro anos não se pode fazer tudo. Mas que nós estamos fazendo muito mais do que era a expectativa e estamos fazendo na direção daqueles que mais precisam.
Está marcada para junho uma nova visita ao Sertão. O roteiro já foi definido?Em princípio eu volto para atividades de inaugurações que já estão atrasadas, para as cidades que completam aniversário de 100 anos. Mas a minha equipe definirá o novo itinerário dessa nossa caminhada.
O Agreste a Zona da Mata entrarão nesse roteiro?
Vamos fazer disso uma rotina. No Sertão é necessário que a gente faca um intensivo até pela questão da distância, logística, para aproveitar o tempo como nós estamos aproveitando. Eu aproveitei três dias de feriado, ou seja, um domingo de feriado inteiro. E o sábado e domingo seguinte. Eu tinha que estar na segunda-feira (passada) em São José do Egito para o seu centenário. E tinha, na sexta-feira, uma agenda (em Salgueiro) com o ministro (da Integração Nacional) Geddel (Vieira Lima/PMDB). De maneira que aí eu consegui preencher a terça, quarta e quinta aproveitando ao máximo. Mas as outras viagens tomarão forma de um dia, dois, ou três dias. Dentro do possível, também, usando o final de semana para fazer isso.
Vamos fazer disso uma rotina. No Sertão é necessário que a gente faca um intensivo até pela questão da distância, logística, para aproveitar o tempo como nós estamos aproveitando. Eu aproveitei três dias de feriado, ou seja, um domingo de feriado inteiro. E o sábado e domingo seguinte. Eu tinha que estar na segunda-feira (passada) em São José do Egito para o seu centenário. E tinha, na sexta-feira, uma agenda (em Salgueiro) com o ministro (da Integração Nacional) Geddel (Vieira Lima/PMDB). De maneira que aí eu consegui preencher a terça, quarta e quinta aproveitando ao máximo. Mas as outras viagens tomarão forma de um dia, dois, ou três dias. Dentro do possível, também, usando o final de semana para fazer isso.
A maioria de sua pauta no Sertão foi relacionada a cinco pastas: Educação, Recursos Hídricos, Transportes, Cidades e Agricultura e Reforma Agrária. Houve a intenção de transformar essas áreas na marca da gestão? É uma forma de fazer o povo identificar que o governo está presente no Estado como um todo. O Governo não se esquece do que foi discutido com a população. Inclusive a participação dela no planejamento do nosso PPA (Plano Plurianual) e da nossa Lei Orçamentária. Foram ações priorizadas nesse processo que são as ações que foram reivindicadas. Também estamos realizando ações nas áreas de Ciência e Tecnologia, pela formação tecnológica nas escolas técnicas, na apropriação de tecnologia para agricultura, fomento da economia de base local, de fomento aos arranjos produtivos. Nós temos, portanto, momentos em que as obras aparecem.
Quais outras áreas?
Tem as obras que não são de pedra e cal como o Mãe Coruja, a assistência técnica ao mundo rural, as ações que efetivamente completam um olhar à questão social que vem sendo reconstruída no aparelho de Estado. Como os Centros de Juventude, que nós vínhamos muitas pessoas de lá; como o Pernambuco no Batente, o Programa do Leite, o Programa da Carteira Popular. Ou seja, ao longo da nossa caminhada, nós tivemos atividades que foram na direção desses programas, que não são programas que se inaugurem, que não são programas que tenham placa, mas efetivamente são importantíssimos para que tenhamos um desenvolvimento sustentável e que reduza as desigualdades que são um traço tão forte na construção do desenvolvimento econômico na construção do nosso Estado ao longo do tempo.
Tem as obras que não são de pedra e cal como o Mãe Coruja, a assistência técnica ao mundo rural, as ações que efetivamente completam um olhar à questão social que vem sendo reconstruída no aparelho de Estado. Como os Centros de Juventude, que nós vínhamos muitas pessoas de lá; como o Pernambuco no Batente, o Programa do Leite, o Programa da Carteira Popular. Ou seja, ao longo da nossa caminhada, nós tivemos atividades que foram na direção desses programas, que não são programas que se inaugurem, que não são programas que tenham placa, mas efetivamente são importantíssimos para que tenhamos um desenvolvimento sustentável e que reduza as desigualdades que são um traço tão forte na construção do desenvolvimento econômico na construção do nosso Estado ao longo do tempo.
Em seus discursos, o tema mais recorrente é o da interiorização do desenvolvimento, que quase sempre vem acompanhado de uma crítica administrativa ao governo que o antecedeu. Onde a gestão passada errou, em sua opinião?
Na verdade, eu prefiro buscar fazer agora do que fazer uma análise, que é muito complexa. De fato, o processo civilizatório no Brasil foi iniciado pela costa, onde está o maior contingente populacional. O fato de se ter acumulado riquezas e a produção. A matriz produtiva brasileira nos grandes centros urbanos fez com que o processo migratório fosse inchando os grandes centros. E há uma consciência, não só aqui, mas no mundo inteiro, que é fundamental para o equilíbrio do desenvolvimento buscar fomentar a possibilidade das pessoas viverem e produzirem, crescerem, terem cidadania onde elas nascem. Isso é um processo que requer planejamento, visão de futuro, estratégia, desenvolvimento. E acho que, ao tempo em que nós estamos cuidando da infraestrutura, que são estradas, a ferrovia, que é a água, que é a telefonia. Nós também estamos vendo o que é mais estratégico ainda, que é a questão do conhecimento. A interiorização das nossas universidades, interiorização do ensino técnico, a melhoria da qualidade do ensino fundamental, a existência de escolas em tempo integral com profissionais de excelência, a interiorização da capacitação. Isso vai se somando e efetivamente junto com o crédito, com a extensão tecnologia, isso vai gerando a capacidade de melhorar a produtividade em muitas atividades que seguram a geração de renda no interior.
Na verdade, eu prefiro buscar fazer agora do que fazer uma análise, que é muito complexa. De fato, o processo civilizatório no Brasil foi iniciado pela costa, onde está o maior contingente populacional. O fato de se ter acumulado riquezas e a produção. A matriz produtiva brasileira nos grandes centros urbanos fez com que o processo migratório fosse inchando os grandes centros. E há uma consciência, não só aqui, mas no mundo inteiro, que é fundamental para o equilíbrio do desenvolvimento buscar fomentar a possibilidade das pessoas viverem e produzirem, crescerem, terem cidadania onde elas nascem. Isso é um processo que requer planejamento, visão de futuro, estratégia, desenvolvimento. E acho que, ao tempo em que nós estamos cuidando da infraestrutura, que são estradas, a ferrovia, que é a água, que é a telefonia. Nós também estamos vendo o que é mais estratégico ainda, que é a questão do conhecimento. A interiorização das nossas universidades, interiorização do ensino técnico, a melhoria da qualidade do ensino fundamental, a existência de escolas em tempo integral com profissionais de excelência, a interiorização da capacitação. Isso vai se somando e efetivamente junto com o crédito, com a extensão tecnologia, isso vai gerando a capacidade de melhorar a produtividade em muitas atividades que seguram a geração de renda no interior.
O seu capital político para 2010 se amplia com a entrega dessas obras? Sinceramente eu não estou preocupado com 2010. Meu foco é 2009, fazer um 2009 no mesmo padrão. Estamos trabalhando para fazer melhor que foi 2007, 2008. Dando conta de fazer a nossa tarefa. 2010 nós trataremos em 2010, tem muito tempo até lá. Se a gente ficar agora cuidando de 2010, do debate eleitoral, a gente perde tempo de fazer o que é para ser feito. Não fiz do ano de 2007 uma preparação da eleição municipal, nem do ano da eleição municipal a eleição em si como sendo o foco. Se fizesse, não estaria entregando hoje o conjunto de obras que pude entregar. É continuar o trabalho, ganhar o ano, concluir muita obra e botar as coisas para frente.
Na última quinta-feira, o senhor abandonou o tom administrativo e partiu para contra-atacar a oposição, que havia classificado sua maratona no Sertão como uma viagem de turismo e eleitoreira. Por que o senhor rebateu as críticas?
Entendo que esse debate está encerrado. Cada um vai fazer a avaliação que lhe convier fazer. O importante é perguntar ao povo do Sertão o que ele acha desse processo.
Entendo que esse debate está encerrado. Cada um vai fazer a avaliação que lhe convier fazer. O importante é perguntar ao povo do Sertão o que ele acha desse processo.
O DEM estará, hoje, em Petrolina, cumprindo a agenda que dá início a um ciclo de visitas que eles farão no Estado, exatamente no mesmo dia em que o senhor estará na cidade para conceder uma entrevista coletiva onde apresentará o balanço dessa maratona. Seria uma provocação? Desejo que eles façam um bom encontro. Que tenham êxito no encontro deles.
Folha de Pernambuco
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