terça-feira, 31 de março de 2009

DEM não dá sossego a Dilma Rousseff

A primeira ação da Caravana da Transparência do Democratas, inaugurada em Pernambuco, ontem, não deixou qualquer dúvida de que, até as eleições do próximo ano, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), não terá sossego. Preferida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para sua sucessão, ela transformou-se no alvo dos duros discursos realizados na comunidade do Jordão, onde a cúpula do DEM finalizou a fase pernambucana da fiscalização das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Com um volume de mais de R$ 600 bilhões destinados à construção de empreendimentos estruturadores pelo País, o PAC tornou-se a grande vitrine do presidente que, desde 2007, quando o programa foi lançado, não parou mais de viajar pelo Brasil inaugurando pedras fundamentais.
Como Dilma é a coordenadora do plano e vem sendo apresentada ao povo pelo presidente como “mãe do PAC”, o DEM decidiu “alertar a sociedade para o fato de que se trata de uma armadilha eleitoral, não passando de promessas virtuais”, pontuou o líder do DEM na Câmara dos Deputados, Ronaldo Caiado.
O percurso teve início em Boa Viagem, por volta das 8h30, quando a comitiva democrata partiu do Hotel Recife Palace em direção à BR-101, num trecho localizado no Ibura, onde não há qualquer sinal de obras de requalificação, conforme está previsto no PAC. “Nem a lombada eletrônica, também inclusa no programa, funciona”, frisou o vice presidente nacional do DEM, deputado André de Paula, ao chegar no local.
Munidos de dados do SIAF e das leis orçamentárias de 2007, 2008 e 2009, os parlamentares analisaram os números do programa, segundo os quais, dos R$ 715 milhões previstos para a obra, apenas R$ 336,8 milhões teriam sido efetivamente pagos, o que equivale a 37,4% do Orçamento. O estágio é de 20% concluído somente e previsão de entrega para 2010, prazo, aparentemente remoto, de término de todos os empreendimentos do PAC. “Queremos mostrar que Dilma é ineficiente e incompetente. Num momento de crise em que as obras deveriam andar para estimular a iniciativa privada, elas não andam”, disparou o presidente nacional da legenda, deputado Rodrigo Maia.
A segunda parada do grupo foi na Via Mangue, no Pina, onde, após a construção do túnel, a obra não teve continuidade. No canal do Jordão, em palanque, os líderes democratas centraram fogo contra o PAC e Dilma. “Aquilo que está projetado como canal do Jordão, que passa na televisão no Brasil inteiro, é como se isso aqui fosse a Esplanada dos Ministérios”, disse Ronaldo Caiado, com o intuito de desmascarar o PAC perante à população que reclamava do atraso das obras. “Não podemos aceitar essa candidata de bolso de colete”, protestou ele.
Folha de Pernambuco

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