sábado, 28 de março de 2009

Severino emprega nora e critica excesso de cargos no Senado


O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), voltou a reinar graças ao fiel eleitorado. O político que ganhou fama como o “rei do baixo clero” e defendia o nepotismo e os deputados sem grande expressão, parece muito à vontade no carto de prefeito de João Alfredo, município pernambucano em que nasceu e onde iniciou sua trajetória política há 42 anos.
Severino deu entrevista pelo telefone ao Congresso em Foco. Confessou empregar a nora Olga Maria Cavalcanti como secretária de Fazenda e Administração. Contou também ter indicado dois filhos para cargos públicos em Recife.
Questionado sobre a súmula do Supremo Tribunal Federal que veda a prática do nepotismo, Severino mira sua artilharia para o Senado Federal. “Aqui não tem crime nenhum. Ela (a nora) trabalha. Escândalo é o Senado, com 181 diretores. Eu conheço aquela Casa, não precisa disso”, criticou.
A justificativa de hoje é a mesma de quatro anos atrás, quando já defendia o nepotismo: “Quem é parente de político não pode ser alijado por isso. Ela é uma pessoa competente, é a minha salvação aqui. O que não pode é dar emprego para filho, parente parasita, aquele que come e dorme, não trabalha. Isso aqui eu não admito”, sustentou.
Olga tem um longo histórico de colaboração com a carreira política de Severino. Enquanto ele foi deputado, ela atuou na Coordenação de Registro Funcional da Câmara, recebendo um salário de R$ 7.503,00, o mais alto entre os cargos de natureza especial (CNEs) da Casa. Agora, como secretária de finanças, é o braço direito de Severino.
Os parentes de Severino têm sorte. João Alfredo tem problema crônico de desemprego e 48 % da população é analfabeta.

Congresso Em Foco

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