domingo, 15 de março de 2009

Entrevista: Aécio Neves (Governador de Minas Gerais)

Fazendo pouco caso do di­ta­do po­pu­lar que fala que “mi­nei­ro come quie­to”, o go­ver­na­dor de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), faz ques­tão de não es­con­der suas pre­ten­sões po­lí­ti­cas para o fu­tu­ro e ini­cia ama­nhã, em Pernambuco, um ca­len­dá­rio de ati­vi­da­des por todo o Brasil. Com a clara in­ten­ção de for­ta­le­cer seu nome na dis­pu­ta pela can­di­da­tu­ra à pre­si­dên­cia da República, o tu­ca­no avisa que apro­vei­ta­rá as vi­si­tas para reu­nir par­la­men­ta­res e pre­fei­tos alia­dos numa dis­cus­são sobre os rumos da le­gen­da no to­can­te a 2010 e o pe­río­do “pós-Lula”. Na en­tre­vis­ta ex­clu­si­va à Agência Nordeste, ele não de­mons­tra pudor ao fazer uma ava­lia­ção a res­pei­to do Bolsa Família, maior pro­gra­ma so­cial cria­do pelo pre­si­den­te Lula (PT). “Precisamos sair da bar­rei­ra do assistencialismo”, dis­pa­ra, sem medo de de­sa­gra­dar à maio­ria nor­des­ti­na que apro­va o au­xí­lio.

Por que o se­nhor es­co­lheu Pernambuco para co­me­çar a sua agen­da de via­gens pelo país?
Na ver­da­de, essa minha vi­si­ta a Pernambuco tem um sim­bo­lis­mo muito forte, por­que em pri­mei­ro lugar vou par­ti­ci­par do lan­ça­men­to de um livro do ex-mi­nis­tro do meu avô, Tancredo Neves, que é o Fernando Lyra. Ele re­la­ta al­guns mo­men­tos im­por­tan­tes da mais ex­traor­di­ná­ria cons­tru­ção po­lí­ti­ca que o Brasil já viveu na re­con­quis­ta da de­mo­cra­cia. Então, é uma pos­si­bi­li­da­de de re­tor­no a um dos mais emo­cio­nan­tes mo­men­tos da vida pú­bli­ca, da vida po­lí­ti­ca bra­si­lei­ra. E aí é na­tu­ral que es­tan­do no Recife, in­clu­si­ve, terra do pre­si­den­te na­cio­nal do PSDB (Sérgio Guerra), eu tenha um con­ta­to com os com­pa­nhei­ros do nosso par­ti­do. É a opor­tu­ni­da­de de fa­lar­mos um pouco a res­pei­to da­qui­lo que pre­ten­de­mos as­sis­tir no Brasil no pe­río­do que eu chamo pós-Lula. O que nós pre­ten­de­mos cons­truir agora é a agen­da pós-Lula, aqui­lo que ainda não acon­te­ceu e pre­ci­sa ocor­rer no Brasil para que pos­sa­mos cres­cer a taxas ainda mais vi­go­ro­sas, ter um pro­je­to de de­sen­vol­vi­men­to re­gio­nal mais ar­ro­ja­do, in­cluir a boa prá­ti­ca da ges­tão pú­bli­ca na agen­da do Brasil, enfim, a opor­tu­ni­da­de de con­ver­sar com os com­pa­nhei­ros do Nordeste e em es­pe­cial de Pernambuco sobre o Brasil que que­re­mos cons­truir após 2010. Quais são os pró­xi­mos es­ta­dos a serem vi­si­ta­dos?
Olhe, não mar­ca­mos ainda essa agen­da. O que eu tenho dito é que o PSDB tem uma opor­tu­ni­da­de ex­traor­di­ná­ria de dis­cu­tir pro­pos­tas vi­si­tan­do o País. É muito me­lhor se essas pro­pos­tas pu­de­rem ser cons­truí­das com as li­de­ran­ças do par­ti­do, seja com o go­ver­na­dor José Serra ou o líder (do PSDB no Senado), Arthur Virgílio, o se­na­dor Tasso Jeiressati (CE), o se­na­dor Sérgio Guerra, den­tre tan­tas li­de­ran­ças. O pró­prio (ex-) pre­si­den­te Fernando Henrique. O que tenho es­ti­mu­la­do é que cada um de nós possa per­cor­rer o Brasil. Cada um no seu tempo. O PSDB tem uma gran­de opor­tu­ni­da­de de vol­tar ao poder cen­tral, mas não basta ape­nas que­rer vol­tar. É pre­ci­so que con­so­li­de­mos pro­pos­tas, pro­je­tos que vol­tem a falar à alma, ao co­ra­ção das pes­soas. Eu gos­ta­ria in­clu­si­ve de fazer al­gu­mas vi­si­tas junto com o go­ver­na­dor Serra e ou­tras li­de­ran­ças par­ti­dá­rias. Vou bus­car agen­dar com eles nos­sas pró­xi­mas via­gens. Nesse caso, o ca­len­dá­rio pro­gra­má­ti­co trata-se de uma forma de abrir os olhos do PSDB para a ne­ces­si­da­de de pré­vias?
As pré­vias devem ser vis­tas como ins­tru­men­to de mo­bi­li­za­ção do par­ti­do, ja­mais como ins­tru­men­to de di­vi­são. As pré­vias po­de­riam ser uma enor­me opor­tu­ni­da­de de o par­ti­do no­va­men­te mo­bi­li­zar-se no in­te­rior do país, nos di­ver­sos es­ta­dos bra­si­lei­ros e tam­bém de de­fi­nir­mos quais serão as prin­ci­pais ban­dei­ras que o PSDB irá de­fen­der na pró­xi­ma cam­pa­nha à pre­si­dên­cia, além da in­di­ca­ção de qual será o nome do can­di­da­to a pre­si­den­te pelo par­ti­do. Mas, antes mesmo das pré­vias, eu tenho es­ti­mu­la­do que os com­pa­nhei­ros pos­sam fazer esse pé­ri­plo, essa ro­da­da, so­bre­tu­do para con­tri­buir com a cons­tru­ção dos pa­lan­ques re­gio­nais, que são fun­da­men­tais à sus­ten­ta­ção da can­di­da­tu­ra na­cio­nal do PSDB. O go­ver­na­dor José Serra diz que “não dá tempo de go­ver­nar e fazer cam­pa­nha”. Ao fazer uma mo­vi­men­ta­ção pelo Brasil, o se­nhor não dei­xa­ria de lado o Governo de Minas Gerais?
Não. Ao con­trá­rio. É sem­pre a prio­ri­da­de ab­so­lu­ta de todos nós. O go­ver­no Minas pelo sé­ti­mo ano tem ava­lia­ção sem­pre acima dos 80%. Em todas as en­que­tes fei­tas no Brasil até hoje o Governo de Minas sem­pre apa­re­ce como o mais bem ava­lia­do exa­ta­men­te por­que aqui nós temos tra­ba­lha­do. E con­ti­nua­re­mos tra­ba­lhan­do muito. Apenas con­si­de­ro que além das nos­sas res­pon­sa­bi­li­da­des ad­mi­nis­tra­ti­vas todos nós temos res­pon­sa­bi­li­da­de po­lí­ti­ca no sen­ti­do da cons­tru­ção de pro­je­tos para o País. E os fi­nais de se­ma­na se­riam um mo­men­to ade­qua­do para isso. Por falar no livro de Fernando Lyra, ele co­lo­ca a má­xi­ma de que “os pau­lis­tas só pen­sam em São Paulo”. São Paulo ainda pre­ci­sa rea­va­liar cer­tas pos­tu­ras para en­trar em con­so­nân­cia com todo o país?
Tenho enor­me res­pei­to por São Paulo e pelos pau­lis­tas. O Brasil não seria o que é se não fosse a força de São Paulo, o em­preen­de­do­ris­mo dos pau­lis­tas. O que que­re­mos ver cada vez mais é um Brasil mais in­te­gra­do e para essa in­te­gra­ção nós te­re­mos, eu não tenho dú­vi­da, a par­ti­ci­pa­ção fun­da­men­tal dos pau­lis­tas. Deputados es­ta­duais mi­nei­ros e o pre­fei­to de Montes Claros, Luiz Tadeu Leite (PMDB), avi­sa­ram que no dia 6 de abril vão lançá-lo à Presidência. Não há re­ceio de que os alia­dos re­cla­mem de uma pres­sa com o “andor”?
Eu so­li­ci­tei aos com­pa­nhei­ros do norte, de­pois de ler essa no­tí­cia, que não façam esse ato. A reu­nião de Montes Claros é uma reu­nião do Conselho Deliberativo da Sudene e do con­jun­to de go­ver­na­do­res do Nordeste e da­que­les es­ta­dos que têm pre­sen­ça na Sudene e não com­por­ta ne­nhum ato de co­no­ta­ção po­lí­ti­co-par­ti­dá­ria. É um gesto gen­til des­ses par­la­men­ta­res, do pre­fei­to, mas que não terá es­pa­ço no dia 6 de abril. É uma agen­da emi­nen­te­men­te ad­mi­nis­tra­ti­va e isso tem que ser res­pei­ta­do, senão perde-se to­tal­men­te o ob­je­ti­vo da­qui­lo que está sendo pro­pos­to. Portanto, já de­sau­to­ri­zei que seja feita qual­quer ação po­lí­ti­ca.

Se o pre­si­den­ciá­vel do PSDB não for es­co­lhi­do pelas pré­vias, o se­nhor dará apoio in­te­gral ao can­di­da­to tu­ca­no?
Eu es­pe­ro que o PSDB ama­du­re­ça o seu pro­ces­so de de­fi­ni­ção in­ter­na. Isso é bom para o par­ti­do, para qual­quer que seja o seu can­di­da­to. Pretendo cons­truir a minha tra­je­tó­ria junto ao PSDB, as bases do par­ti­do e res­pei­to à de­ci­são ma­jo­ri­tá­ria do par­ti­do. Não posso falar sobre hi­pó­te­ses, por­que tenho ainda hoje a con­fian­ça e até mesmo a pa­la­vra na­cio­nal do par­ti­do de que essas pré­vias serão re­gu­la­men­ta­das. O que nós de­ve­mos é fazê-la é em clima de har­mo­nia e não de be­li­ge­rân­cia. Em clima de con­cór­dia, de cons­tru­ção da uni­da­de. E acho que isso é ple­na­men­te pos­sí­vel pela alta qua­li­da­de das li­de­ran­ças do PSDB, a co­me­çar pelo go­ver­na­dor José Serra. Aqueles que temem que pré­vias pos­sam ser ins­tru­men­to de de­ses­ta­bi­li­za­ção ou de rup­tu­ra par­ti­dá­ria se de­cep­cio­na­rão, por­que ela será um ins­tru­men­to de re­vi­go­ra­men­to do par­ti­do, de for­ta­le­ci­men­to das nos­sas ­ideias e prin­ci­pal­men­te de for­ta­le­ci­men­to da nossa uni­da­de. Recentemente, foi feita uma com­pa­ra­ção cu­rio­sa entre o se­nhor e o go­ver­na­dor José Serra. A ideia seria a de que “Aécio é o Barack Obama e Serra, Hilary Clinton”. É por aí mesmo?
(Risos) Não. Na ver­da­de, numa hora como essa sur­gem todos os tipos de es­pe­cu­la­ções e de ava­lia­ções. Eu tenho pelo go­ver­na­dor Serra um ex­traor­di­ná­rio res­pei­to e uma ami­za­de pes­soal in­que­bran­tá­vel. Eu posso ga­ran­tir aos se­nho­res que qual­quer que seja o re­sul­ta­do, José Serra ou Aécio Neves, o PSDB e seus alia­dos, es­ta­re­mos todos jun­tos tra­ba­lhan­do na mesma di­re­ção pelo Brasil. Na base alia­da, o DEM diz que a opo­si­ção não deve per­der tempo com o PMDB, pois o par­ti­do já es­ta­ria en­ca­mi­nha­do para ­apoiar o can­di­da­to in­di­ca­do por Lula, em 2010. O se­nhor tam­bém vê dessa forma?
Não. Acredito que de­ve­mos am­pliar o nosso leque de alian­ças. Temos alian­ças só­li­das com o Democratas, com o PPS - que, aliás, es­te­ve co­mi­go atra­vés de sua ban­ca­da fe­de­ral desde ontem, em Belo Horizonte -, mas de­ve­mos es­ten­der essas con­ver­sas com ou­tras for­ças po­lí­ti­cas, entre as quais eu in­clui­ria além do PMDB o pró­prio PSB. Por maior pro­xi­mi­da­de e leal­da­de que tenha e cer­ta­men­te con­ti­nua­rá tendo com o pre­si­den­te Lula, o PSB pode que­rer par­ti­ci­par de um novo pro­je­to para o país. Por isso a ne­ces­si­da­de de o PSDB apre­sen­tar pro­pos­tas. É muito mais fácil você le­van­tar o leque de ­apoios a pro­pos­tas, a pro­je­tos do que in­di­vi­dual­men­te a par­ti­dos ou pes­soas. Portanto, essas an­dan­ças pelo país po­de­riam ser uma opor­tu­ni­da­de ex­traor­di­ná­ria tam­bém para es­trei­tar a re­la­ção com ou­tras for­ças po­lí­ti­cas. Não de­ve­mos desde já ab­di­car da cons­tru­ção de uma alian­ça mais ampla para ven­cer as elei­ções e go­ver­nar o país. O se­nhor che­gou a dizer que gos­ta­ria de ter o go­ver­na­dor Eduardo Campos ao seu lado. É ape­nas um de­se­jo ou já está tra­ba­lhan­do para que isso acon­te­ça de fato?
Tenho um enor­me res­pei­to pelo go­ver­na­dor Eduardo Campos e por todo mundo do PSB. Tenho ami­gos fra­ter­nos no par­ti­do, como por exem­plo o ex-go­ver­na­dor Ciro Gomes (CE). Respeito as po­si­ções que o PSB tem hoje de apoio ao pre­si­den­te Lula. Mas, o que es­ta­mos fa­lan­do não é de o PSB ab­di­car desse apoio. Quem sabe par­ti­ci­par de uma nova con­cer­ta­ção po­lí­ti­ca, de uma nova con­ver­gên­cia po­lí­ti­ca que fuja dessa po­la­ri­za­ção, dessa ra­di­ca­li­za­ção que co­lo­ca de um lado do es­pec­tro po­lí­ti­co o PT e de outro o PSDB, fa­zen­do com que quem vença as elei­ções en­con­tre uma opo­si­ção na outra ponta ex­tre­ma­men­te ra­di­ca­li­za­da. Acho pos­sí­vel sim e tra­ba­lha­rei no li­mi­te do pos­sí­vel para que o PSB es­te­ja mais pró­xi­mo de nós na cons­tru­ção de uma agen­da pós-2010. PSB é um par­ti­do mo­der­no, tem uma visão de país que se as­se­me­lha muito a nossa, va­lo­res éti­cos que nós tam­bém pre­za­mos e é na­tu­ral que as nos­sas con­ver­sas ocor­ram. O se­nhor con­si­de­ra os pee­me­de­bis­tas na con­di­ção de noiva mais co­bi­ça­da para a su­ces­são pre­si­den­cial de 2010?
O PMDB saiu das elei­ções com um ca­pi­tal muito alto por­que foi o par­ti­do que maior nú­me­ro de pre­fei­tos e ve­rea­do­res ele­geu e mos­trou uma enor­me ca­pi­la­ri­da­de por todo o país. O PMDB não tem uma ca­rac­te­rís­ti­ca de par­ti­do unido prin­ci­pal­men­te do ponto de vista na­cio­nal. Devemos bus­car par­ce­rias com o PMDB mesmo que se­to­rial­men­te. E eu vejo o PMDB como um par­ti­do ab­so­lu­ta­men­te vital para a go­ver­na­bi­li­da­de do Brasil. Então, acho que de­ve­mos con­ti­nuar tam­bém com o PMDB as nos­sas con­ver­sas. Líderes da mais alta pa­ten­te opo­si­cio­nis­ta an­da­ram fa­zen­do crí­ti­cas se­ve­ras ao Bolsa Família. Isso não é um tiro no pé?
O Bolsa Família deve ser com­preen­di­do hoje como um pro­gra­ma fun­da­men­tal de dis­tri­bui­ção de renda no país. E não se deve co­gi­tar em ex­tin­gui-lo. Ao con­trá­rio, ele deve ser for­ta­le­ci­do. O que eu acre­di­to é que agora nós temos que en­fren­tar a se­gun­da etapa desse pro­gra­ma que ainda não foi en­fren­ta­da por esse go­ver­no, que é a rein­ser­ção no mer­ca­do de tra­ba­lho de inú­me­ras fa­mí­lias que hoje estão fora. Temos que qua­li­fi­car os tra­ba­lha­do­res para es­pa­ços de mer­ca­do de tra­ba­lho que eles vão en­con­trar na si­de­rur­gia em Minas, ou pode ser no agro­ne­gó­cio em Pernambuco, na in­dús­tria têx­til no Sul. Precisamos ul­tra­pas­sar essa bar­rei­ra, a do as­sis­ten­cia­lis­mo ape­nas, para o as­sis­ten­cia­lis­mo com a ja­ne­la de saída forte para a rein­ser­ção no mer­ca­do de tra­ba­lho e para o res­ga­te da ci­da­da­nia des­sas fa­mí­lias. O PSDB deve re­co­nhe­cer a im­por­tân­cia do Bolsa Família. Eu re­co­nhe­ço essa im­por­tân­cia por­que Minas é um pouco Nordeste. Agora, o PT tem uma par­ti­cu­la­ri­da­de que não temos, que é a de al­gu­ma forma par­ti­da­ri­zar pro­gra­mas de go­ver­no, né? Acabar sendo be­ne­fi­cia­do por ações de go­ver­no. O PAC e o pro­gra­ma que prevê a cons­tru­ção de 1 mi­lhão de ha­bi­ta­ções são boas al­ter­na­ti­vas à crise eco­nô­mi­ca mun­dial?
Todos os in­ves­ti­men­tos pú­bli­cos, num mo­men­to de crise e de di­mi­nui­ção dos in­ves­ti­men­tos pri­va­dos, pas­sam a ser mais re­le­van­tes. Em re­la­ção ao PAC, exis­tem ações muito im­por­tan­tes e que aplau­di­mos e têm ou­tras que na ver­da­de são mais um con­jun­to de boas in­ten­ções que es­pe­ra­mos que pos­sam ser via­bi­li­za­das. Em re­la­ção ao pro­gra­ma ha­bi­ta­cio­nal, eu tive a opor­tu­ni­da­de de ser con­vi­da­do pela mi­nis­tra Dilma para dis­cu­tir com ela há uma se­ma­na essa pro­pos­ta. O que eu disse a mi­nis­tra é que eu temo que esse pro­gra­ma con­du­zi­do de forma ex­tre­ma­men­te cen­tra­li­za­da possa não tra­zer os re­sul­ta­dos que todos nós que­re­mos que che­guem por­que exis­tem al­gu­mas ações que não devem ser vis­tas como ações ex­clu­si­va­men­te de um go­ver­no. São ações de um país e o pro­ble­ma ha­bi­ta­cio­nal bra­si­lei­ro é dra­má­ti­co, é trá­gi­co e, por isso, já numa fase final de go­ver­no - não vou cri­ti­car o go­ver­no por estar lan­ça­do esse pro­gra­ma ape­nas agora - ape­nas aler­to que pres­cin­dir,abrir mão das par­cei­ras com os es­ta­dos e mu­ni­cí­pios, na minha ava­lia­ção, é re­tar­dar e muito um bom pro­gra­ma, uma boa ideia.

Paulo Marinho
Agência Nordeste



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