Freqüentador assíduo do Acerto de Contas, Rubens Régis comentou na notícia de que João da Costa já tem 56% dos votos válidos (veja aqui):“Não desmerecemos também o papel desempenhado pelo Governador Eduardo Campos. Como bom estrategista e articulador, limpou a área para João da Costa formar uma frente ampla e competitiva. Méritos a ele, também” Corretíssimo. Vou contar uma história para vocês dita da boca de um membro do alto escalão do PSB pernambucano. O prefeito João Paulo (PT) vivia momentos de angústia no primeiro semestre desse ano. Ele lutava para emplacar o seu secretário João da Costa como candidato. O governador Eduardo Campos (PSB) não estava convencido em dar seu apoio e desconversava a cada flerte de João Paulo. E o que Eduardo fez? Nosso governador é um animal político como poucos que conheci pessoalmente. Respira política 24 horas por dia. Tem pedigree. Foi chefe de gabinete do avô Miguel Arraes com apenas 20 anos. Aos 30, no último governo Arraes, foi secretário de Governo e da Fazenda. Era quem de fato mandava em Pernambuco. Essa experiência prematura sugeria a Eduardo que buscasse outra alternativa. Sabia que caso o prefeito fizesse seu sucessor, tornaria-se um concorrente incômodo para 2010. Eduardo encomendou várias pesquisas de intenção de voto. Testou os nomes de Silvio Costa Filho (PMN) e Ariano Suassuna (PSB). Este último chegou a apresentar 10% , em abril deste ano, e foi sondado para a disputa. Mas esquivou-se. Eduardo ainda sugeriu a Humberto Costa de assumisse a candidatura, mas este não teve coragem - ressabiado com o massacre que sofreu em 2006. Luciano Siqueira retirou a candidatura após manobra de Eduardo Fez chegar aos ouvidos do presidente Lula seu desconforto com a postura do prefeito João Paulo. O presidente convidou Eduardo para ir a Brasília, no aniversário de casamento de Lula e dona Marisa. Conversaram muito sobre política. Depois Lula convocou João Paulo à capital. Mais conversas. Ao final de maio, Eduardo recebe do presidente o pedido para que o PSB integre a chapa com o PT no Recife. Junto com o pedido, a sinalização de que ele não se arrependeria no futuro. Eduardo agiu rapidamente. Convocou as lideranças do PSB em São Paulo e fez o partido retirar a candidatura de Luíza Erundina em apoio da Aldo Rebelo (PCdoB). Foi o suficiente para que a direção nacional comunista abrisse o coração e aceitasse retirar Luciano Siqueira (PCdoB) da disputa no Recife. Eduardo chamou Luciano para uma conversa no Palácio do Campo das Princesas e, no dia seguinte, o comunista jogou a toalha. Dias depois, Milton Coelho (PSB) foi confirmado vice de João da Costa. Eduardo intervém mais uma vez. Convoca Humberto Costa, ainda magoado com a tratorada que levou do prefeito João Paulo, para ir ao evento de oficialização da chapa. Humberto entrou na campanha a pedido do governador “Você vai como representante da direção nacional do PT, como meu secretário de estado e como meu amigo”, retrucou Eduardo, deixando o petista sem saída. A presença de Humberto nos eventos e no guia de João da Costa ajudou, e muito, a arrefecer o clima dentro do PT. E se hoje tudo aponta que João da Costa ganhará no primeiro turno, boa parte desse crédito deve ir para o governador. Quem o viu chegar ao fundo do poço, na época do Escândalo dos Precatórios, e vê agora a guinada que deu na sua trajetória sabe muito bem do que estou falando. Esse menino vai longe. Anotem aí. (Marco Bahé, do blog Acertos de Contas) Escrito por Magno Martins às 07h13 |
domingo, 7 de setembro de 2008
Eduardo, um mestre no xadrez político
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