Três dias depois de ser reeleito prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro (PMDB) recebeu ontem da Câmara Municipal mais um presente: os vereadores concederam a ele, a seu vice e aos secretários municipais um aumento de 29,8% no salário. No ano que vem, os vencimentos dos membros do Executivo municipal passarão de R$ 8.586 para R$ 11.146, no caso do prefeito, e de R$ 7.155 para R$ 9.288, nos de vice-prefeito e secretários.Para aprovar o reajuste, os vereadores derrubaram um veto do próprio prefeito, dado em 19 de setembro, às vésperas do primeiro turno, depois de uma votação na Câmara que havia aprovado o aumento não só dos salários do Executivo municipal, mas também do Legislativo. No caso, os vereadores reajustaram os próprios salários em 29,8% e não tiveram o aumento vetado pelo prefeito.Ontem, 35 dos 41 legisladores participaram da votação, feita de forma secreta. Apenas dois deles votaram a favor do veto do prefeito. À época, a derrubada do reajuste causou reações fortes na oposição, que acusou o Executivo de ter proibido o aumento apenas para não sofrer desgaste da opinião pública. "Se o veto fosse sério, a bancada governista teria sido orientada a manter a decisão", disse a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), reeleita para o cargo.De acordo com a assessoria da prefeitura, Carneiro continua contra o reajuste, porque uma de suas metas da segunda administração é cortar gastos públicos, e pediu aos advogados do município para procurar formas de vetar mais uma vez o aumento salarial. Porém, segundo o presidente da Câmara, Valdenor Cardoso (PTC) - que não se reelegeu -, o reajuste é necessário porque, com ele, serão aumentados também os salários de categorias que têm base nos vencimentos do Executivo municipal, como auditores fiscais.
Agencia Estado
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