sábado, 10 de outubro de 2009

"Jeito" de Ciro Gomes já desagrada Eduardo


Defensor do conceito de “novos tempos” na política, priorizando o trabalho em detrimento de ataques a adversários, o governador Eduardo Campos (PSB) prefere não julgar as constantes ferroadas na oposição dadas pelo correligionário e pré-candidato do PSB à presidência da República, deputado federal Ciro Gomes (CE). Apesar disso, não nega que já tenha dado uns “puxões de orelha” no correligionário. “Ciro tem o jeito dele, mas já conversamos sobre isso”, desconversou Eduardo, entre risos, ontem, após o lançamento da pedra fundamental do Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga (Zona da Mata Norte).

Presidente nacional do PSB, o governador admite que a atitude do presidenciável vai de encontro às suas bandeiras. Nas últimas semanas, Ciro disparou subsequentes ataques ao pré-candidato do PSDB ao Planalto, governador José Serra (PSDB). Disse que o tucano “era feio, mas na alma que no rosto” e acusou-o de ter sido ministro da Saúde de um Governo (do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) “que quebrou três vezes o Brasil”. Na última quinta, classificou o gestor de São Paulo de “ameaça” ao País.

Ciro ainda não bateu o martelo se optará pela disputa nacional ou se aceitará a postulação do governo de São Paulo, como pretende o presidente Lula. Enquanto isso, o senador Eduardo Suplicy (PT) colocou, quinta-feira, seu nome à disposição para encabeçar uma chapa estadual petista em São Paulo. O fato, segundo Campos, não reduz as chances de Gomes candidatar-se a governador daquele estado.

“Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Acho que é um direito do senador, mas eu não vou ficar discutindo sobre a política de São Paulo porque, para isso, o PSB tem uma direção local que sabe o que fazer”, ponderou. Ele lembrou que manterá a postura de só discutir questões da política nacional com o presidente Lula e com o mandatário do PT, Ricardo Berzoini, reservando a si o direito de não entrar no mérito “pelos jornais”.

O socialista informou ainda que não ter tido qualquer conversa com o PDT a respeito de uma eventual aliança com o PSB, que dê sustentação a uma possível postulação de Ciro Gomes ao Planalto. Tal costura, naturalmente, como deixou entendido, deverá passar pelo crivo do presidente Lula. Nessa última semana, embora tenha elogiado e defendido uma candidatura única da base governista, representada pela ministra da Casa Civil, Dilma Roussef (PT), o dirigente nacional do PDT, ministro Carlos Lupi (Trabalho), preferiu deixar para mais tarde a decisão de fechar apoio à chapa petista.

Folha de Pernambuco

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