Aproveitando o embalo da boa notícia, Chávez, no poder desde 1999, ainda sugeriu que o brasileiro deveria permanecer no cargo, questionando por que alguém que desfruta de mais de 80% de aprovação precisa deixar o Governo.
“Lula veio como Cristo anunciando o Evangelho. Só faltou o cabelo comprido. O Evangelho significa boa nova”, disse o presidente venezuelano. Chávez - que, no passado, já criticou o Senado pela demora em votar o ingresso do país no Mercosul - agradeceu aos senadores brasileiros pela aprovação na comissão, ocorrida ontem, e afirmou acreditar que o Paraguai em breve também aprovará a entrada. No Brasil, a incorporação do país ao bloco ainda tem de passar pelo plenário do Senado.
Em seu discurso, Lula comemorou a decisão do Congresso brasileiro afirmando que houve uma “quebra de preconceito”. “Acho que o gesto do Senado brasileiro foi gratificante, porque foi a quebra do preconceito. (...) Penso que daqui a uma semana, ou daqui a dez dias, nós teremos definido esse processo e a Venezuela será cada vez mais Mercosul”, disse Lula, que citou o depoimento do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, ao Senado brasileiro. Opositor de Chávez, Ledezma criticou duramente o governo da Venezuela, na ocasião, mas defendeu o ingresso do país.
“Isso foi extremamente importante. Certamente você [Chávez] conversou com ele antes, mas aqueles que queriam utilizar o prefeito como pretexto, não deu certo.”
Caso se concretize, o ingresso da Venezuela no Mercosul não significará uma vitória pessoal nem fortalecerá seu poder, disse Chávez. “Isso não é o mais importante. A América do Sul se fortalece, você se fortalece, sobretudo os mais jovens.”
Sobre a permanência de Lula no poder, Hugo Chávez pediu reflexão, questionando por que, se um presidente é bem avaliado, tem de deixar o cargo. Repetiu a indagação em relação à presidente do Chile, Michelle Bachelet, que goza de mais de 60% de aprovação no país. “Faço a pergunta para buscarem a resposta”, disse.
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