Para Jacques Diouf, “foco deve ser no aumento da produção de alimento” |
A menos que o número seja revertido, a meta internacional de reduzir à metade o número de famélicos no mundo até 2015 não será cumprida, advertiu a FAO em relatório divulgado em Roma. Após avanços no combate à fome nos anos 1980 e 1990, o número de desnutridos voltou a crescer em 1995, chegando a 1,02 bilhão neste ano, sob o efeito combinado das altas nos preços da comida e da crise financeira global, segundo a agência.
A culpa pela tendência de longo prazo é em grande parte da redução do auxílio e dos investimentos privados em agricultura desde meados dos anos 1980, segundo a agência sediada em Roma. “Na luta contra a fome, o foco deve ser no aumento da produção de alimento”, disse Jacques Diouf, diretor-geral da FAO.
Em 1980, 17% do auxílio doado por países foi para a agricultura. O índice caiu para apenas 3,8% em 2006 e aumentou pouco nos últimos três anos. A queda pode ter ocorrido pelos baixos preços de alimentos, que desencorajaram o investimento privado na agricultura, e a competição por fundos públicos de outros campos, como o auxílio emergencial, a redução da dívida e o auxílio a instituições e governos.
A elevação dos preços dos alimentos em 2007 e 2008 forçou muitas famílias pobres a vender bens e reduzir o número de refeições, além de custos com saúde e educação. Os preços inflacionados causaram distúrbios em vários países do mundo no ano passado. Agora, eles estão mais estáveis, mas ainda altos, especialmente entre os mais pobres, disse Diouf.
Nesse meio tempo, a crise econômica mundial aumentou o desemprego, reduziu as remessas feitas por imigrantes para seus países de origem, além de dificultar o crédito para os mais pobres, enumerou Diouf.
Folha de Pernambuco
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