Parece que Ivete Sangalo ganhou status de cantora que pode tudo. E pode mesmo... Pode sim ter em sua casa, em Salvador, um estúdio de ponta, com equipamentos de ponta... Pode levar até ele alguns dos mais prestigiados músicos nacionais, como Lulu Santos e Marcelo Camelo para cantarem com ela. E pode até, num mesmo disco, juntar Maria Bethânia e Aviões do Forró. E foi justamente para mostrar esse novo projeto da sua carreira que a baiana, junto com a Universal Music e o Multishow, levou a Salvador, na erça-feira, jornalistas no Brasil todo para uma coletiva de imprensa. Sob um maravilhoso pôr-do-sol no Iate Club, ela apresentou o disco - limitando-se a falar somente sobre ele - com aquele seu jeito de falar desbocado e moleca de sempre. Qualidades (??) que também podem ser vistas em vários momentos do DVD, com lançamento nacional amanhã, e onde Ivete aparece escondida em uma banca de jornal, próxima ao seu apartamento, para esperar e “dar um susto” em seu primeiro convidado, o músico Marcelo Camelo.
Você já fez outros projetos envolvendo músicos consagrados. Qual o prazer de compartilhar com outros artistas?
Todos os projetos são como playlists de um ipod que a gente carrega na vida. E todos foram muito receptivos comigo. Nenhum de nós quer determinar o caminho exato da música. Sinto que eles também querem compartilhar. E como cantora me realizo em todas as vezes que saio de um projeto como esse.
Qual critério para escolha dos nomes?
Talento para o que se faz na vida. Se é bom, se é bacana, fiel aos seus princípios. Com cada um a gente se emociona com o resultado. Cantar com Maria Bethânia é o sonho de todo artista. Já fazia dueto com ela desde pequena, cantando com o disco dela no banheiro... Tinha a vontade de chamá-la antes, mas de todos os projetos o “Pode Entrar” é o que ela melhor se encaixava. Quando ela chegou fiquei olhando ela descer do carro sem acreditar que era ela.
Os outros?
O Lulu Santos a mesma coisa (quando ouvi a mixagem, depois, pensei, “nossa, é a voz do Lulu”). O Saulo estaria comigo em muitos outros momentos. É um grande amigo. A Mônica (Sangalo): “que palco eu estaria com ela mais adequado?”. Aviões do Forró, eu sou fá dos caras. Eu e o Marcelo Camelo ficamos amigos desde o DVD de Sandy e Junior. Ele não só aceitou como compôs uma música para participar. E Carlinhos Brown... Sou pesquisadora de Brown. Sei das várias facetas dele como artista.
Quem idealizou o projeto “do povo entrar na sua casa?”.
Fiz o estúdio lá em casa para não ter que sair de Salvador para gravar. Convidei o Renato Cipriano, que criou o espaço. E esse trabalho foi pensado no público que gosta de ver meu dia-a-dia, um pouquinho da minha casa. “Pode Entrar” é um convite a estar dentro da minha intimidade.
Normalmente grava-se um disco para sair em turnê? Como será a divulgação deste trabalho com a gravidez?
Estreei no Festival de Verão de Salvador o show Dalila. E o neném foi uma surpresa. Então vou manter o Dalila inserindo coisas do “Pode Entrar”. Um show específico para esse trabalho... teria que avaliar melhor o conceito para este disco virar show. Sobre a gravidez... Até outubro trabalho normalmente. Cumprir todas as responsabilidades assumidas. E quando passar minha licença volto à ativa.
Você está tendo alguma preparação para voltar já no Réveillon?
Sou cuidadosa com a minha dieta, agora mais. O importante é a saúde do bebê.
Para o trio elétrico?
Está tudo igual, normal. Só que agora o cachê é dobrado (risos). Somos dois artistas agora.
Quando o neném tiver nascido, a rotina muda?
Cabe ao tempo nos sinalizar isso. É tudo uma novidade, não sei como vai ser.
Este é o primeiro trabalho 100% da Caco de Telha. Isso é um indício de que futuramente você terá totalmente o controle sobre a sua carreira?
Tenho uma parceria muito boa com a Universal. Nesses anos aprendemos com eles a vislumbrar um selo. Mas desde que eu canto que eu controlo minha carreira.
Sonho de casar?
O que isso tem a ver com a minha carreira, linda?? (caretas) Mas tenho sim (risos)...
Como foi a rotina de gravação do “Pode Entrar?
Foram 12 dias, dois para gravar cada uma das músicas que canto sozinha, e ensaiar; e um dia para cada intérprete. Mas tudo já havia sido estudado antes. Eles receberam o material via MP3, mas o primeiro contato com a música foi no estúdio, “à vera”.
Nesse novo disco, vem se percebendo, na mídia, um destaque grande à participação de Bethânia...
Rapaz, todos nós sentimos isso em relação a ela. Não desmerecendo os outros artistas que participaram. Mas ela é uma mulher que acentua a palavra Bahia.
Teve alguém que você convidou e não aceitou?
Teve, mas porque não pôde. A Vanessa da Mata. Ela tava com agenda na Europa. Marcamos uma próxima.
Planos de shows com os artistas?
Ainda não concebi essa ideia. Se houver um projeto, vou chamar todos eles.
Quanto tempo durou todo o projeto?
Com gravação, edição e finalização, de outubro a abril. Sai com tiragem inicial de 100 mil cópias de DVD e 100 mil de CD.
Musicalmente teve alguma coisa que resultou diferente neste disco?
Do ponto de vista do áudio, todos os elementos foram usados. Mas foi a primeira vez que coloquei um quarteto só de sax - um quarteto com o mesmo instrumento. Mas no todo o disco segue uma continuidade do que eu já vinha fazendo.
Sentiu falta de uma plateia, como a do Maracanã?
Não, porque tenho fé que o DVD será visto por mais de 10 milhões de pessoas (risos). O propósito era outro, era coisa de casa mesmo. Até porque todo fim de semana tenho minha dose de público, com os shows. Volto para casa “piano”...
Simone LimaEnviada Especial *-Folha de Pernambuco
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