quarta-feira, 24 de junho de 2009

Mesa do Senado demite diretores

Pressionada, a Mesa Diretora do Senado decidiu afastar o diretor-geral da Casa, Alexandre Gazineo, e o diretor de Recursos Humanos, Ralph Campos. O afastamento deles é uma resposta à crise que atinge o Senado depois da revelação de que foram assinados cerca de 600 atos secretos para nomear e exonerar parentes de parlamentares, além de aumentar salários. A maioria dos atos foi assinada por Gazineo, embora o diretor-geral do Senado à época fosse Agaciel Maia.
Anteontem, vários senadores pediram ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a demissão de Gazineo e dos ex-diretores Agaciel Maia e João Carlos Zoghbi. Os dois deixaram diretorias do Senado após denúncias de irregularidades, mas continuam empregados no Senado.
Como Agaziel e Zoghbi, Gazineo e Campos perdem apenas a função de diretor-geral. Mas continuam empregados no Senado, pois são funcionários contratados da Casa. O lugar de Gazineo será ocupado por Haroldo Tájra, servidor de carreira do Senado. Para o lugar de Campos foi indicado Dóris Marize Peixoto.
Os dois novos diretores vão ficar nos cargos por 90 dias. Depois desse período, podem permanecer nas diretorias de acordo com o desempenho nos cargos. Dóris Marize era a presidente da comissão de sindicância que investigou a edição dos atos secretos no Senado. Tajra é assessor do primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI).

CRÍTICAS
A indicação dos novos servidores foi criticada por líderes governistas e da oposição. Senadores consideraram a medida insuficiente frente à crise dos atos secretos, mas avaliam que a decisão dá fôlego para José Sarney permanecer no cargo. Para o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), as novas nomeações são insuficientes para o Senado contornar a crise. “Foi uma resposta necessária, mas insuficiente. O Senado tem que acelerar a reforma administrativa e submeter a escolha do diretor-geral ao plenário”, afirmou.
O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), disse que conversou com Heráclito Fortes sobre o “histórico” de Haroldo Tájra e de Dóris Marize Peixoto. Senadores comentam que os servidores não representam estabilidade porque Tájra, que trabalha na primeira secretaria, teria ligações com o ex-primeiro-secretário Efraim Moraes (DEM-PB), alvo de inúmeras denúncias de má gestão na tesouraria do Senado, enquanto Dóris foi envolvida no escândalo dos atos secretos.
Dóris foi chefe de gabinete da ex-senadora e atual governadora licenciada do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), quando uma prima de Roseana teria sido contratada para trabalhar no gabinete.

Folha de Pernambuco

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