sábado, 11 de julho de 2009

Professores ignoram Justiça


Depois da decisão da Justiça em decretar a ilegalidade da greve dos professores estaduais, sob pena de multa diária de R$ 20 mil, e da Secretaria de Administração manter o corte nos salários dos grevistas, a categoria retornou ontem às ruas do Recife. Centenas de professores participaram de uma assembleia em frente à Secretaria da Educação, localizada na rua Siqueira Campos, onde optaram por permanecer em greve e saíram em passeata pelas ruas centrais. A proposta de levar o movimento a frente, feita pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), foi aceita pela grande maioria dos presentes. Na ocasião, o presidente do Sintepe, Heleno Araújo, recebeu a citação de um oficial de Justiça com a decisão do juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública, Djalma Nogueira, sobre a ilegalidade do movimento e a determinação de que os professores deveriam voltar de imediato para as salas de aula.
“Nosso direito a greve é garantido pela Constituição Federal. Essa multidão de grevistas nas ruas mostra que a conduta do Governo, em radicalizar, só acirrou o movimento”, comentou Heleno Araújo. Ainda segundo Heleno, todas as etapas previstas pela Lei foram cumpridas antes da decretação da greve. Quanto a multa diária de R$ 20 mil, ele informou que irá repassar a citação para os advogados do Sindicato, que irão preparar a defesa. O presidente do Sintepe assegurou que a greve permanecerá até a próxima quarta-feira, quando haverá nova rodada de negociação.
No que se refere aos cortes dos pontos, Araújo informou que irá acionar o Ministério Público. “A Lei de Diretrizes Básicas garante 200 dias de aulas aos alunos e, com o corte dos pontos, os professores não serão obrigados a repor as aulas”, comentou. Acompanhados por um carro de som, os professores saíram em caminhada, empunhando faixas e entoando gritos de protesto. A passeata chegou a dar uma volta completa no teatro Santa Isabel. Em seguida, eles se dirigiram até a avenida Guararapes, onde fizeram uma grande roda de ciranda e pediram o apoio da população. A manifestação foi encerrada na praça da Independência. Na próxima segunda-feira, a categoria realizará um novo ato. Desta vez, às 7h30, em frente a Escola Barbosa Lima, na Agamenon Magalhães.
A categoria pede o reajuste de 19,2% no Piso Salarial do Magistério. De acordo com o juiz Djalma Andrelino Nogueira da 3ª Vara da Fazenda Pública, que decretou a ilegalidade da greve, o reajuste no Piso Salarial do Magistério, previsto na lei 11.738/2008, só deveria acontecer em janeiro de 2010, como determinou o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a Secretaria Estadual de Educação (SEE), os professores que permanecerem aderindo ao movimento vão ter os pontos cortados por dias perdidos.

Folha de Pernambuco

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